Your nose neurons in contact with micro plastics?

1 outubro, 2024

Este post é reprodução integral de um post do BLOG THE CONVERSATION:


"Pequenas partículas de plástico estão em toda parte: no solo onde nossos alimentos são cultivados, na água que bebemos e no ar que respiramos. Elas foram parar lá por causa do plástico que jogamos fora e que acaba em aterros sanitários, rios e mares. Nestes locais, os resíduos plásticos se decompõem lentamente, liberando partículas ainda mais minúsculas, chamadas microplásticos e nanoplásticos, no ambiente.


Os microplásticos também estão sendo cada vez mais encontrados em todo o corpo humano. Não temos certeza de como eles chegam lá, embora existam três rotas prováveis. Podemos ingerir microplásticos quando comemos e bebemos, respirá-los por meio de nossos pulmões ou absorvê-los pela pele. Recentemente, foi sugerida outra rota, pela qual os microplásticos entram em nossos narizes e, a partir daí, vão diretamente para nossos cérebros.

Durante muito tempo, pensava-se que o cérebro humano existia em um esplêndido isolamento do resto do corpo. A chamada barreira hematoencefálica, uma camada especial de células, protege o cérebro de todos os tipos de patógenos e substâncias nocivas. Agora sabemos, porém, que a barreira hematoencefálica pode ser rompida, pois foram encontradas pequenas partículas de plástico no cérebro humano.


Novas pesquisas sugerem que a barreira hematoencefálica tem pelo menos um ponto vulnerável pelo qual os microplásticos podem entrar no cérebro. Esse possível ponto de entrada foi sugerido por pesquisadores da Freie Universität Berlin e da Universidade de São Paulo (USP). Este ponto está no nariz, onde há nervos especiais, os nervos olfativos, que detectam os odores.

Os nervos olfativos partem do interior do nariz, atravessam o crânio e vão diretamente para uma parte do cérebro chamada bulbo olfativo. Os pesquisadores sugerem que as micropartículas respiradas pelo nariz podem, de alguma forma, ser transportadas pelos nervos olfativos até o cérebro."


Este post pode ser lido na íntegra no blog THE CONVERSATION neste link

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Os 17 Global Goals + Ciência - Quais são os resultados?

1 outubro, 2024


Este post é reprodução integral de um post do BLOG THE CONVERSATION:



"Em 2022, o Brasil ocupava a 13ª posição no ranking internacional em produção científica. A pós-graduação brasileira é reconhecida por sua qualidade no que se refere a mérito acadêmico. E, para além da pesquisa, cada vez mais universidades, centros de pesquisas e órgãos governamentais ligados à educação e à ciência estão atentos à necessidade de que esse mérito acadêmico seja transferido para a sociedade.

Uma pesquisa recente reconhece que 95% de toda a pesquisa científica realizada no Brasil hoje é feita por universidades públicas, através de seus programas de pós-graduação. Portanto, um dos maiores desafios contemporâneos das universidades é como extrapolar seus muros e transferir esse conhecimento à população.


Produção acadêmica e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável



As pesquisas podem produzir impactos na sociedade de duas formas. O impacto potencial — que, como o próprio nome diz, potencializa o impacto, mas não necessariamente o gera. E o impacto real, como quando, por exemplo, uma política pública que é implementada, uma tecnologia é adotada por uma empresa ou um novo medicamento é lançado. Em geral, a pesquisa científica gera o impacto potencial, que pode ou não acabar se tornando impacto real.

Para medir esses impactos da produção científica na sociedade, um trabalho que vem ganhando expressão é o que avalia o impacto das ciências ambientais na Agenda 2030 da ONU, que estabelece os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

A Agenda 2030 surge do interesse intergovernamental, no âmbito das Nações Unidas, de estabelecer um desenvolvimento sustentável que possa garantir a mesma qualidade de vida para gerações futuras. Dos 17 ODS criados pela Agenda, seis se referem à dimensão social, outros seis à dimensão ambiental, três à econômica e dois ao que chamamos de institucional.


Em duas frentes distintas, temos desenvolvido aparatos que permitem fazer a correlação entre a produção da pós-graduação e o potencial que ela tem de impactar os 17 ODS. Uma equipe do Núcleo de Pesquisa da Pós-Graduação na Sociedade (NuPIS), criado no âmbito do Instituto de Estudos Avançados (IEA / USP) e sediado na Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), está aperfeiçoando um algoritmo que correlaciona as dissertações de mestrado e teses de doutorado com os 17 ODS, inclusive a outros três adjacentes, oriundos de uma iniciativa brasileira.

E a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior do Ministério da Educação (Capes), por sua expertise em avaliação, criou um Grupo de Trabalho sobre Impacto da Pós-graduação Brasileira na Agenda 2030 (GT IpgB Agenda 2030), que envolve as suas 50 Áreas de Avaliação, o Fórum de Pró-reitores de Pós-graduação (FOPROP) e a Associação Nacional de Pós-graduandos (ANPG), por ocasião da 30ª Conferência das Partes (COP) da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, a ser realizada na Amazônia brasileira, Belém, em novembro de 2025.

As duas iniciativas colaboram em rede. Estamos bastante próximos de termos um software de acesso aberto em que você coloca o título, o resumo e as palavras-chave de uma tese e o algoritmo estabelece os percentuais de correlação com as ODS."


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PLAYERS ...até onde pode ir uma consciência patológica?

23 junho, 2024

LINK PARA O VÌDEO

 

DOWNLOAD UPLOAD ... um mundo minecraft particular

16 abril, 2024

Há algum tempo, eu já tinha visto algumas resenhas sobre a série UPLOAD.. na época acreditei estar disponível no Netflix, mas recentemente "redescobri" o título no Prime Amazon, que também tem títulos muito atuais sobre o mundo contemporâneo, a sociedade moderna e todas as suas projeções de futuro possíveis!

Ao lembrar como tais plataformas surgiram, e eu me lembro até hoje, que o Netflix e sua forma acessível e legalizada de assistir títulos recém lançados teve como primeira produção o filme OKJA, com uma promessa reflexiva sobre consumo de carne x "pecuária" x ética x cuidado e respeito aos animais, em meio a críticas sobre competir como um canal streaming. Eu não assisti o filme, mas entendi que para um filme polêmico ser bancado por um estúdio levaria mais tempo e poderia esbarrar em certas questões, e recentemente pesquisando sobre como surgiu o Netflix, meu entendimento foi de que é uma proposta de liberdade quando a expressividade dos títulos tocando em diversos temas polêmicos que levam o cidadão a no mínimo questionar esta nova linha tênue entre suas escolas e escolhas, no que acredita de verdade, e no que se avizinha em um mundo completamente imerso com sua "tampa quase fechando". São várias as plataformas de streaming que se propõe a distribuir tais filmes e séries, mas o melhor é que além desta proposta de liberdade, seja a capacidade de raciocínio da população absorver tais mensagens muitas vezes profundas. De que adianta 10000...filmes por exemplo falando sobre código de ética em experiências com humanos, sobre clonagem, sobre fertilização em vitro, se as pessoas parecem simplesmente querer o entretenimento sem a reflexão da mensagem?


As produções estão cada vez mais críveis, como melhores técnicas, com temas deveras interessantes....  e de fato geram emprego e movimentam a indústria, mas aquela curva, aquele divisor de águas mesmo ninguém tem feito...

E eu me vejo analisando alguns títulos, pelo campo simbólico que carregam e as possíveis mensagens que trazem, bem como trabalhos anteriores dos autores e do elenco escolhido. Há tempos atrás eu trabalhei com cinema, pois fiz uma faculdade de Belas Artes e tive a oportunidade de por um tempo, trabalhar com figurino e produção de arte e a atmosfera observacional sempre era bem interessante... observar o "pré - production", o  "behind the scenes" e o "pós - production" sempre foi uma lição para a vida.


O último título, em meio a uma grande sequência de outros filmes e resenhas foi UPLOAD, uma série que já está na sua TERCEIRA temporada e traz um campo MULTIREFLEXIONAL sobre tecnologias, privacidade, ética na ciência, comportamento, não elaboração da perdas e do luto pela sociedade atual, formas de burlar o sofrimento pelo mundo digital, superficialidade das questões e das relações, sistema de crenças, mesmo que isso se passe em meio a um bosque, em uma estética até certo ponto congelada na sociedade dos nossos avós da geração dos anos 30/40, como no cenário principal de LAKEVIEW. 

O Ali Muritiba, diretor do filme Ferrugem, em certa entrevista trouxe uma reflexão sobre isso, dizendo que apesar das tecnologias, e o filme tratava de cyberbulling, as questões humanas envolvidas são sempre profundas e as mesmas.

Eu fico apavorada só de imaginar não ter a "LIBERDADE DE PENSAR PARA DENTRO DA CABEÇA',  de se manter a própria personalidade, originalidade, naturalidade e espontaneidade de outrora, em um mundo que parece nos forçar e nos cobrar o enquadramento em um formato "fora de nós mesmos". Onde não há princípios de ética e caráter, bem como o respeito e a verdade como balizadores, fica difícil ser você sem medo de errar mas aprendendo..e a tendência acaba sendo ...ou ser robótico...ou ser o oposto de tudo isso...transgredindo e também ferindo regras, leis, normas e regulações de convivência com pessoas próximas, mexendo na estabilidade das relações do dia a dia.



 

Apresentação de Poster no INS 2024 em NY no último fim de semana!

1 março, 2024

Desde o meu primeiro contato com a PERMACULTURA em 2021.... confesso que houve um fascínio de minha parte, para quem tinha vindo da área da Saúde/Reabilitação e das Artes, saber que era possível reciclar para além dos materiais, até a água através de tanques contendo geodésicas. Fiquei  encantada ao saber que técnicas até então milenares, eram empregadas juntamente ao que se chamaria de arquitetura alternativa, cheia de arte e bossa em casas levantadas em mutirão, tudo isso sendo alimentado por comidinhas deliciosas orgânicas, feitas a partir da horta que o próprio menestrel da arquitetura plantou...e ainda haviam junto as aulas, cursos para as comunidades do entorno, ensinando-as a fazerem suas próprias casas dignamente seguras e com bem-estar familiar...e para além do plantar para sobreviver, fomentar a economia familiar.

E isso mudou a minha vida para sempre...mudou as minhas escolhas para sempre...e virei um filho de GAIA .. ou recobrei uma memória ancestral esquecida em um cérebro corroído.

O tempo foi passando e eu fui aprendendo que o meu cérebro, minha forma de pensar, minhas experiências e minhas memórias são o meu maior tesouro... o meu presente divino, ter a oportunidade de aprender sobre sí mesmo e fazer melhores escolhas, bem como apreender tudo que nos cerca...."assimilation" ... "ubiquitous" ... e dai emergindo para a busca pelo conhecimento.... conexão através da arte, na natureza .... do que há de mais puro e essencial ao ser humano e a todos os demais seres em uma relação de respeito....


Fisioterapia

Arte

Arteterapia

Ecoarteterapia

Neurociências

Psicologia

Neuropsicologia


E então .... ao fim de mais um ciclo, a produção material deste gracioso trabalho a partir de uma pesquisa científica ainda que a nível de Iniciação Científica no último Annual Meeting no International Neuropsychological Society - USA, em New York entre os dias 14 e 17 de fevereiro de 2024.



E ainda com espaço para o meu mais novo projeto ....




 

Classificação Indicativa por idade

20 agosto, 2023

Como disse anteriormente, eu atendia pacientes infantis saindo da primeira infância, cujo campo imagético era mergulhado nos personagens de fandom. Tanto as dinâmicas, quantos as expressões plásticas e até as expressões livres eram quase sempre utilizando personagens com os quais seus próprios campos simbólicos infantis se identificavam.

Uma das mães não queria que os filhos tivessem o console de video-game e nem o celular enquanto não percebesse que os filhos saberiam administra-los. Mas ai veio a PANDEMIA, e a obrigatoriedade do youtube, plataformas de streaming, plataformas de videoconferência na vida das crianças como suporte de comunicação para que as escolas não parassem.

Todas as gerações que forma atravessadas por tudo isso, podem dizer a diferença entre você acessar a internet por diversão, acessar a internet por uma atividade pontual e acessar a internet por obrigação. É como se fosse uma "outra dimensão" que nos capta em dados, bites and bytes, 0 e 1 ...mas nos retém em atenção, em foco, desejos , acesso a ao compartilhamento de informações, cadastro de nossos dados, comunicação com entes queridos e até pessoas que não conhecemos.. Tudo isso capturado e mantido por hubs, sem governança e muitas vezes sem segurança.

Tenho visto algumas iniciativas em direção a mitigar possíveis brechas, no entanto, é importante ressaltar que ética, caráter, respeito e verdade em um ambiente dimensional que funciona como uma caixa preta codificada (ou não) onde todos tem seu acesso mediado por numerações e senhas, inclusive as crianças, é algo difícil de ser ensinado em um ambiente onde se misturam os detentores originais de seus dados e uma "galáxia de anônimos".



Sobre a história da internet, vale a pena conferir os seguintes post:

A História da Internet

A brief history of internet

History of Internet

Mas então....O que é a Classificação Indicativa?

A Classificação Indicativa - ClassInd - é uma informação prestada às famílias sobre a faixa etária para a qual obras audiovisuais não se recomendam. São classificados produtos para televisão, mercado de cinema e vídeo, jogos eletrônicos, aplicativos e jogos de interpretação (RPG).

A ClassInd não substitui o cuidado dos pais - é fundamentalmente uma ferramenta que pode ser usada por eles. Por isso recomendamos que os pais e responsáveis assistam e conversem com os filhos sobre os conteúdos e temas abordados na mídia.

(...)

As análises de classificação indicativa de filmes, plataformas de streaming, programas de televisão, jogos eletrônicos físicos e jogos de RPG cresceram quase 20% no primeiro trimestre deste ano, se comparado ao mesmo período de 2020. A Coordenação de Política de Classificação Indicativa do Ministério da Justiça e Segurança Pública (CPCIND/MJSP) fez 2.113 análises em 2021, enquanto no mesmo período do ano passado foram 1.773.

Somente a classificação indicativa de obras de plataformas de streaming tiveram aumento de 42,6% neste ano, se comparado ao primeiro trimestre de 2020. Foram analisados 87 filmes, séries e documentários dessas plataformas, de janeiro a março deste ano. Enquanto no mesmo período do ano anterior foram registradas 61 análises.

Segundo o coordenador de Política de Classificação Indicativa da Secretaria Nacional de Justiça, Eduardo de Araújo Nepomuceno, a classificação indicativa tem como propósito orientar os pais e responsáveis sobre o conteúdo midiático ao qual seus filhos terão acesso. “A informação prestada pela Classificação Indicativa acerca dos produtos audiovisuais jamais vai substituir a participação dos pais e responsáveis junto às suas crianças e adolescentes. Ela é um apoio, indica e mostra conteúdos presentes, mas a decisão é sempre da família. A necessidade dessa conversa existir nos núcleos familiares para que seus membros entendam a importância, tanto dos conteúdos quanto da informação, é imprescindível no que tange a política pública”, explica.

Os jogos e aplicativos digitais também tiveram aumento de 16,16% neste ano em relação a janeiro, fevereiro e março do ano passado. Foram monitorados 1.703 jogos e aplicativos digitais em 2021 e 1.466, em 2020.

O criador de um game ou aplicativo submete a classificação indicativa do seu software na plataforma de autoclassificação IARC (International Age Rating Coalition, ou Coalizão Internacional de Classificação Etária, em tradução), que, por sua vez, é monitorada pelo Departamento de Classificação Indicativa do MJSP.

(...)


Campanha "Não se Engane" (2012)

Em 2012, o Ministério da Justiça lançou a campanha Não se Engane para alertar os pais sobre a influência que as obras audiovisuais podem ter na formação de crianças e informá-los sobre a classificação indicativa como uma forma de selecionar os programas aos quais os filhos assistem.

Como parte da campanha, dois filmes de animação em toy art foram veiculados por emissoras de TV públicas, privadas e em salas de cinema, além da circulação na internet. Os filmes tratam sobre os temas drogas e violência e mostram como as crianças tendem a repetir o que veem na televisão.

Campanha de Controle Parental na TV por Assinatura

Em 2013, o Ministério da Justiça e a Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA) lançaram a campanha de controle parental para incentivar o uso de dispositivo de bloqueio de canais de TV por assinatura de acordo com a Classificação Indicativa. A ferramenta facilita a vida de pais e mães preocupados com o conteúdo televisivo a que seus filhos são expostos.

Classificação indicativa

O sistema de classificação indicativa foi criado em 1990, sendo de atribuição da Coordenação de Classificação Indicativa (CPCIND) do Departamento de Promoção de Políticas de Justiça (Dpjus), que faz parte da Secretaria Nacional de Justiça (Senajus) do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP).

O processo de classificação indicativa adotado no Brasil considera a responsabilidade da família, da sociedade e do Estado na garantia dos direitos à educação, ao lazer, à cultura, ao respeito e à dignidade à criança e ao adolescente. Essa política pública consiste em indicar a idade não recomendada, informando e garantindo aos pais ou responsáveis o direito de escolha, por meio do Guia Prático da Classificação Indicativa.

(...)

O GOVERNO BRASILEIRO tem ainda um Portal de Consulta de Classificações Indicativas dos Jogos Eletrônicos, Aplicativos e RPG.



Segundo o IARC:



Administrada por muitas das autoridades de classificação de jogos do mundo, a International Age Rating Coalition (IARC) fornece um processo de classificação de idade simplificado globalmente para jogos digitais e aplicativos móveis, ajudando a garantir que os consumidores digitais de hoje tenham acesso consistente a classificações de idade estabelecidas e confiáveis em todo o jogo dispositivos. Estabelecido em 2013, o IARC simplifica o processo pelo qual os desenvolvedores obtêm classificações etárias de diferentes regiões do mundo, reduzindo-o a um único conjunto de perguntas sobre o conteúdo de seus produtos e elementos interativos. O questionário é programado com algoritmos exclusivos que geram classificações que refletem os padrões distintos de cada autoridade de classificação participante, juntamente com uma classificação genérica para o resto do mundo. As atribuições de classificação da IARC também incluem descritores de conteúdo e elementos interativos, identificando jogos e aplicativos que permitem a interação do usuário, oferecem compras no aplicativo/jogo (bem como aquelas que são aleatórias), coletam e compartilham a localização com outros usuários e/ou fornecem acesso irrestrito Acesso à internet. O sistema IARC atualmente inclui autoridades de classificação que representam coletivamente regiões que atendem aproximadamente 1,5 bilhão de pessoas, com a expectativa de que mais participem no futuro.
 
O sistema IARC foi desenvolvido por meio de uma estreita colaboração entre as autoridades de classificação participantes em consulta com criadores de jogos e vitrines digitais. Juntos, eles estabeleceram um processo simplificado e automatizado para atribuir classificações que incorporam os critérios e padrões de conteúdo distintos de cada território.
 
O ponto central do processo de classificação da IARC é um questionário criado com base nos fatores que cada autoridade de classificação considera ao atribuir classificações. Esses fatores foram então ponderados por cada autoridade de classificação para que, uma vez que um desenvolvedor preenchesse o questionário, os algoritmos exclusivos que foram programados para cada região produzissem instantaneamente as classificações de idade apropriadas. O resultado é uma solução revolucionária que permite aos desenvolvedores obter simultaneamente classificações de vários territórios em todo o mundo, preservando seus padrões locais diferenciados. Cada autoridade de classificação participante monitora para garantir que as classificações para sua região sejam precisas e o sistema permite que cada uma corrija prontamente as classificações quando necessário.


Referências Bibliográficas
BRASIL. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PðBLICA. (org.). Informações para os pais. 2022. Disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/seus-direitos/classificacao-1/paginas-classificacao-indicativa/informacoes-para-os-pais. Acesso em: 20 ago. 2023.
BRASIL. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PðBLICA. (org.). Classificação. Disponível em: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/seus-direitos/classificacao-1. Acesso em: 20 ago. 2023.
BRASIL. MINISTÉRIO DA JUSTIÇA E SEGURANÇA PðBLICA. (org.). CLASSIFICAÇÃO INDICATIVA Portal de consultas públicas. Disponível em: https://classindportal.mj.gov.br/consulta-jogos. Acesso em: 20 ago. 2023.
WIKIPEDIA (United States Of America). Sistema de Classificação Indicativa Brasileiro. WIKIMEDIA PROJECT e Colaboradores. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Sistema_de_Classifica%C3%A7%C3%A3o_Indicativa_Brasileiro. Acesso em: 20 ago. 2023.

Referências de Imagens
Imagem 1 - Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/e/ed/Who-Runs-the-Internet-graphic.png
Imagem 2 - Fonte: http://yunoinfo.com/pyramid-internet-piracy/
Imagem 3 - Fonte: https://www.todoestudo.com.br/historia/historia-da-internet
Imagem 4 - Fonte: https://www.gov.br/mj/pt-br/assuntos/seus-direitos/classificacao-1/paginas-classificacao-indicativa/iarc
Imagem 5 - Fonte: https://www.globalratings.com/how-iarc-works.aspx


 

Inteligência Artificial recria música do Pink Floyd a partir de ondas cerebrais de ouvintes: A música pode ser reconstruída a partir da atividade do córtex auditivo humano usando modelos de decodificação não linear

20 agosto, 2023



Resumo


A música é essencial para a experiência humana, mas a dinâmica neural precisa subjacente à percepção da música permanece desconhecida. Analisamos um conjunto de dados único de eletroencefalografia intracraniana (iEEG) de 29 pacientes que ouviram uma música do Pink Floyd e aplicamos uma abordagem de reconstrução de estímulos usada anteriormente no domínio da fala. Reconstruímos com sucesso uma música reconhecível a partir de gravações neurais diretas e quantificamos o impacto de diferentes fatores na precisão da decodificação. Combinando análises de codificação e decodificação, encontramos uma dominância do hemisfério direito para a percepção musical com um papel primário do giro temporal superior (STG), evidenciamos uma nova sub-região STG sintonizada com o ritmo musical e definimos uma organização STG anterior-posterior exibindo sustentação e respostas iniciais a elementos musicais. Nossas descobertas mostram a viabilidade de aplicar modelagem preditiva em conjuntos de dados curtos adquiridos em pacientes individuais, abrindo caminho para a adição de elementos musicais a aplicativos de interface cérebro-computador (BCI).

Direitos autorais: © 2023 Bellier et al. Este é um artigo de acesso aberto distribuído sob os termos da Creative Commons Attribution License, que permite uso, distribuição e reprodução irrestritos em qualquer meio, desde que o autor original e a fonte sejam creditados.

Para ler o artigo completo clique aqui.


Referências Bibliográficas

Bellier L, Llorens A, Marciano D, Gunduz A, Schalk G, Brunner P, Knight RT. Music can be reconstructed from human auditory cortex activity using nonlinear decoding models. PLoS Biol. 2023 Aug 15;21(8):e3002176. doi: 10.1371/journal.pbio.3002176. PMID: 37582062; PMCID: PMC10427021.

HISTORY CHANNEL BRASIL. Inteligência Artificial recria música do Pink Floyd a partir de ondas cerebrais de ouvintes: no futuro, a técnica poderá ajudar na comunicação de pessoas que perderam a capacidade de falar. No futuro, a técnica poderá ajudar na comunicação de pessoas que perderam a capacidade de falar. 2023. Disponível em: https://history.uol.com.br/ciencia-e-tecnologia/inteligencia-artificial-recria-musica-do-pink-floyd-partir-de-ondas-cerebrais. Acesso em: 20 ago. 2023.

Referências de Videos e Imagens

Vídeo - Fonte: https://history.uol.com.br/ciencia-e-tecnologia/inteligencia-artificial-recria-musica-do-pink-floyd-partir-de-ondas-cerebrais
Imagem 1 - Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37582062/#&gid=article-figures&pid=fig-1-uid-0
Imagem 2 - Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37582062/#&gid=article-figures&pid=fig-2-uid-1
Imagem 3 - Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37582062/#&gid=article-figures&pid=fig-3-uid-2
Imagem 4 - Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37582062/#&gid=article-figures&pid=fig-4-uid-3
Imagem 5 - Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37582062/#&gid=article-figures&pid=fig-5-uid-4
Imagem 6 - Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37582062/#&gid=article-figures&pid=fig-6-uid-5
Imagem 7 - Fonte: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/37582062/#&gid=article-figures&pid=fig-7-uid-6

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Como circula uma informação para você?

20 agosto, 2023

Como você lida com a informação?

De onde são as suas fontes?

Como você compartilha e quais são seus critérios de compartilhamento de informações?



Segundo a Enciclopédia Livre WIKIPEDIA e o WIKIMEDIA PROJECT e seus colaboradores:

"A teoria matemática da informação estuda a quantificação, armazenamento e comunicação da informação. Ela foi originalmente proposta por Claude E. Shannon em 1948 para achar os limites fundamentais no processamento de sinais e operações de comunicação, como as de compressão de dados, em um artigo divisor de águas intitulado "A Mathematical Theory of Communication". Agora essa teoria tem várias aplicações nas mais diversas áreas, incluindo inferência estatística, processamento de linguagem natural, criptografia, neurociência computacional, evolução e computação quântica.

A medida chave em teoria da informação é a entropia. A entropia é o grau de casualidade, de indeterminação que algo possui. Ela está ligada à quantidade de informação. Quanto maior a informação, maior a desordem, maior a entropia. Quanto menor a informação, menor a escolha, menor a entropia.[1] Dessa forma, esse processo quantifica a quantidade de incerteza envolvida no valor de uma variável aleatória ou na saída de um processo aleatório. Por exemplo, a saída de cara ou coroa de uma moeda honesta (com duas saídas igualmente prováveis) fornece menos informação (menor entropia) do que especificar a saída da rolagem de um dado de seis faces (com seis saídas igualmente prováveis). Algumas outras medidas importantes em teoria da informação são informação mútua, informação condicional e capacidade de um canal.

Aplicações de tópicos fundamentais da teoria da informação incluem compressão sem perdas de dados (como ZIP), e compressão com perdas de dados (como MP3 e JPEG).

Essa teoria é considerada uma das fundadoras das ciências da comunicação[2]. Um dos criadores da teoria da informação, Weaver, defende que comunicação é o processo de transmissão plena de uma ideia[3]. E para isso a informação deve solucionar três níveis de problemas: técnico, semântico e de influência. Enquanto a maior parte das pessoas acredita que o principal aspecto da comunicação é a interpretação (nível semântico) ou o efeito (problema de influência), a teoria matemática da comunicação traz as questões técnicas para o centro da discussão. Esse nível envolve tudo que diz respeito à precisão na transmissão de informação que parte do emissor e vai até o receptor através de um sinal, seja de rádio, telefone ou televisão. Sua importância se justapõe à dos outros dois níveis de problemas, porque eles dependem inevitavelmente da eficácia na transmissão das mensagens.

O campo está na intersecção da matemática, estatística, ciência da computação, física, neurobiologia e engenharia elétrica. Seu impacto é crucial, por exemplo, no sucesso das missões da sonda Voyager no espaço, no entendimento de buracos negros e da consciência humana, como na teoria de integração da informação (do inglês, Integrated Information Theory) proposta por Giulio Tononi.


Contexto histórico

O marco que estabeleceu a teoria da informação e chamou imediatamente a atenção mundial foi o artigo A Mathematical Theory of Communication escrito por Claude Shannon de julho a outubro de 1948.

Antes deste artigo, algumas abordagens teóricas ainda que limitadas vinham sendo desenvolvidas nos laboratórios da Bell, todas implicitamente assumindo eventos de igual probabilidade. O artigo Certain Factors Affecting Telegraph Speed de Harry Nyquist escrito em 1924 contém uma seção teórica que quantifica inteligência e a velocidade de transmissão pela qual ela pode ser transmitida por um sistema de comunicação, estabelecendo a relação {\displaystyle W=K\log {m}}, onde W é a velocidade de transmissão da inteligência, m é o número de níveis de tensão para cada intervalo de tempo, e K é uma constante. Em 1928, Ralph Hartley publicou o artigo Transmission of Information, onde aparece a palavra informação como uma medida da capacidade do destinatário para distinguir diferentes sequências de símbolos, levando à expressão {\displaystyle H=\log {S^{n}}=n\log {S}}, onde S e n representam, respectivamente, o número de símbolos possíveis e o número de símbolos na transmissão. Inicialmente, a unidade natural da transmissão foi definida como sendo o dígito decimal, sendo, posteriormente, renomeada para hartley em uma clara homenagem. Alan Turing em 1940, durante a 2ª Guerra Mundial, aplicou ideias similares como parte da análise estatística para decifrar a criptografia da máquina alemã Enigma.

Boa parte da matemática por trás da teoria da informação com eventos de diferentes probabilidades foi desenvolvida para os campos da termodinâmica por Ludwig Boltzmann e J. Willard Gibbs. As conexões entre as entropias da informação e termodinâmica, incluindo as importantes contribuições de Rolf Landauer na década de 1960, são exploradas na Entropia termodinâmica e teoria da informação.

No artigo seminal de Shannon, introduz-se pela primeira vez um modelo quantitativo e qualitativo da comunicação, apresentando-a como um processo estatístico subjacente à teoria da informação. Shannon inicia seu artigo dizendo

"O problema fundamental da comunicação é reproduzir em um dado ponto, exata ou aproximadamente, uma mensagem produzida em outro ponto."

Com este artigo vieram à tona os conceitos

(...)


As grandezas da teoria da informação

A teoria da informação é baseada na teoria de probabilidades e estatística. Ela se preocupa com medidas de informação das distribuições de probabilidade associadas com variáveis aleatórias. Grandezas importantes da teoria da informação são a entropia, uma medida de informação de uma única variável aleatória, e informação mútua, uma medida de informação em comum entre das variáveis aleatórias.

Na formulação das grandezas da teoria da informação, escolheu-se utilizar bases logarítmicas (para manter propriedades como a aditividade da entropia), mais especificamente a entropia de Shannon é definida com logaritmos na base 2. A unidade utilizada para quantificar informação é o bit (baseado no logaritmo base 2), muito embora outras existam, como o nat (baseada no logaritmo natural), e o hartley (baseado no logaritmo na base 10).

Tendo citado as aplicações da teoria da informação, seu contexto histórico de surgimento e mencionado as grandezas envolvidas, chegou o momento de discutir mais a fundo alguns dos conceitos bases da teoria, começando pela unidade de informação, o bit.


Escolhendo destinos e o bit de informação

A fim de entender de forma intuitiva o que significa dizer 1 bit de informação, imagine a seguinte situação, um viajante, decide sair de sua cidade, no ponto marcado com a letra "A" na figura abaixo e chegar ao seu destino no ponto "D".

Caminho percorrido pelo viajante. Em cada bifurcação ele recebia a instrução  esquerda (0) direita (1) até alcançar seu destino final.
O caminho entre "A" e "D" possui várias bifurcações (como os pontos "B" e "C"). Assumindo que o viajante desconhece o caminho, em cada cidade que passar (representada pelas bifurcações) ele pede uma informação, perguntando se deve seguir à direita ou à esquerda. Na figura anterior, dizer que ele deve seguir a esquerda é o mesmo que mostrar o dígito binário 0 a ele, e um sinal de que deve seguir a direita o mesmo que mostrar o dígito 1.

Dessa forma, como é possível ver pela figura, ele terá que pedir informação nos pontos "A", "B" e "C". Note que independente do destino ({\displaystyle \{000,001,011,...\}}) o número de perguntas para alcançá-lo (nesse caso) é sempre três. Ou seja, escolher entre oito destinos requer três perguntas:

{\displaystyle 8{\text{ destinos}}=2^{3}{\text{ destinos}}}

Note que o o expoente do número dois na equação anterior é igual ao número de perguntas feitas. Define-se então que para escolher entre um dos oito possíveis destinos é necessária uma quantidade de informação igual a {\displaystyle 3\,\mathrm {bits} }. Aplicando logaritmo de base dois na expressão anterior, temos:

{\displaystyle 3=\log _{2}8\quad [\mathrm {bits} ]}

É importante salientar que como o viajante poderia igualmente ter escolhido qualquer um dos destinos finais possíveis eles são todos equiprováveis com probabilidade {\displaystyle p=1/8}.

De forma análoga, para o caso em que se tem m possíveis destinos, e supondo que o viajante possa escolher qualquer um deles com igual probabilidade, a quantidade de informação, em bits, para alcançar um dos possíveis destinos é dada pela relação a seguir:

{\displaystyle n=\log _{2}m\quad [\mathrm {bits} ]}

Com isso conclui-se que n bits é a quantidade informação necessária para se escolher entre m alternativas equiprováveis, ou {\displaystyle 1bit} é a quantidade de informação necessária para escolher entre duas alternativas equiprováveis.

{\displaystyle n=\log _{2}2=1\,\mathrm {bits} }

(...)


Uma visão conceitual da grandeza entropia

Fundamentalmente a entropia é uma medida de incerteza. Isso pode ser visto no exemplo anterior, na moeda honesta é muito difícil dizer qual será o resultado antes de jogá-la, alguém pode arriscar dizer que o resultado será cara ou coroa, mas a incerteza continua maior do que no caso da moeda enviesada (logo com entropia também maior), onde podemos prever com certa tranquilidade que o resultado da jogada será cara.

No fundo, essa incerteza está ligada à previsibilidade do valor que será assumido por uma dada variável aleatória, prever um valor sorteado entre 100 valores equiprováveis (por exemplo, adivinhar o número que saíra em um dado de 100 faces) é mais difícil do que prever esse valor, caso esse dado seja enviesado e uma das faces tenha probabilidade alta de aparecer.

Agora sabemos também que a entropia é uma medida de informação, como uma coisa se relaciona a outra?

Justamente por ter mais incerteza sobre a possível saída de uma variável aleatória, você precisa de mais informação, para "adivinhar" essa saída. Isso é análogo ao número de perguntas que o nosso viajante da seção "Escolhendo destinos e o bit de informação" teve de fazer para chegar ao seu destino. Desse modo quanto maior a entropia maior a incerteza e maior a informação que você precisa para "adivinhar" uma possível saída que a variável aleatória pode apresentar.

Você pode começar: "O carro está na direita?", caso a resposta seja sim, isso restringe as possíveis vagas pela metade, sendo elas as vagas 3, 4, 7 e 8. A próxima perguntar pode ser: "O carro está ao norte?", com uma resposta não, restam duas possibilidades, a vaga 7 ou 8. Uma ultima pergunta: "O carro está a direita?", basta para determinar em qual delas seu carro está. Nesse caso cada resposta sim/não te da 1 bit de informação. Como são necessárias três perguntamos podemos dizer que a entropia {\displaystyle H} é igual a 3 bits.

Assim fica fácil entender a ideia de que a entropia está relacionada  com a quantidade de informação necessária para "adivinhar" a resposta (ou uma possível saída de uma variável aleatória).

No exemplo das vagas, como a probabilidade do carro estar em qualquer uma das vagas é igual, cada bit de informação diminui o número de respostas possíveis pela metade.

Para ilustrar o que foi dito, considere a seguinte situação, estacionaram seu carro em um estacionamento de 8 vagas dispostas como no desenho abaixo, para adivinhar em que vaga ele está você tem permissão de realizar perguntas sim ou não.

Esquema do estacionamento.

(...)


Entropia condicional e ruído

Diferente do que se considerou na seção onde tratamos do teorema de codificação da fonte, os canais geralmente possuem ruído (figura abaixo). Por esse motivo se considera que a saída do canal {\displaystyle Y} é igual a entrada {\displaystyle X} mas um ruído do canal {\displaystyle \eta }, é possível achar uma expressão do ruído do canal como a seguir. 



Esquema de canal com ruído.

{\displaystyle Y=X+\eta }

Da expressão {\textstyle I(X,Y)=H(Y)-H(Y|X)} nos leva a:

{\displaystyle I(X,Y)=H(Y)-H([X+\eta ]|X)}

Se o valor de {\displaystyle X} é conhecido, então a incerteza em {\displaystyle X} é zero, logo ele não tem nenhuma contribuição na entropia condicional {\displaystyle H([X+\eta ]|X)}, dando:

{\displaystyle I(X,Y)=H(Y)-H(\eta |X)}

Entretanto o valor do ruído {\displaystyle \eta } é independente do valor de {\displaystyle X}, logo {\displaystyle H(\eta |X)=H(\eta )}, o que nos permite reescrever a equação anterior como:

{\displaystyle I(X,Y)=H(Y)-H(\eta )}

Comparando as equações {\textstyle I(X,Y)=H(Y)-H(Y|X)} e a anterior podemos concluir que:

{\displaystyle H(Y|X)=H(\eta )}

Logo, a entropia do ruído é igual a entropia condicional {\displaystyle H(Y|X)}.


Teoria dos grupos

Na álgebra abstrata, a teoria dos grupos estuda as estruturas algébricas conhecidas como grupos. O conceito de grupo é central para a álgebra abstrata: outras estruturas algébricas bem conhecidas, como anéis, campos e espaços vetoriais, podem ser vistas como grupos dotados de operações e axiomas adicionais. Os grupos são recorrentes em toda a matemática, e os métodos da teoria dos grupos influenciaram muitas partes da álgebra. Grupos algébricos lineares e grupos de Lie são dois ramos da teoria de grupos que experimentaram avanços e se tornaram áreas temáticas por direito próprio.

Vários sistemas físicos, como cristais e o átomo de hidrogênio, e três das quatro forças fundamentais conhecidas no universo, podem ser modelados por grupos de simetria. Assim, a teoria dos grupos e a teoria de representação estreitamente relacionada têm muitas aplicações importantes na física, química e ciência dos materiais. A teoria de grupo também é central para a criptografia de chave pública.

O início da história da teoria dos grupos data do século XIX. Uma das conquistas matemáticas mais importantes do século XX[1] foi o esforço colaborativo, ocupando mais de dez mil páginas de periódicos e publicados principalmente entre 1960 e 2004, que culminou em uma completa classificação dos grupos simples finitos.


Mas então, como circula uma informação no seu contexto, ou nos seus diferentes contextos?




Referências Bibliográficas

WIKIPEDIA (United States Of America). Teoria da Informação. 2023. WIKIMEDIA PROJECT e Colaboradores. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_informa%C3%A7%C3%A3o. Acesso em: 20 ago. 2023.

WIKIPEDIA (United States Of America). Teoria de Grupo. 2023. WIKIMEDIA PROJECT e Colaboradores. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_dos_grupos. Acesso em: 20 ago. 2023.

Referências de Imagens

Imagem 1 - Fonte:  arquivo pessoal

Imagem 2 - Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_informa%C3%A7%C3%A3o#/media/Ficheiro:Fig1new.png

Imagem 3 - Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_informa%C3%A7%C3%A3o#/media/Ficheiro:Fig3_tipaper.png

Imagem 4 - Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Teoria_da_informa%C3%A7%C3%A3o#/media/Ficheiro:Fig7_tipaper.png

Imagem 5, 6 e 7 - Fonte: http://innovatrix.com.br/entenda-por-que-governo-desmorona-e-o-que-fazer-para-evitar/

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Internet, Design e Psicologia: estudo cognitivo sobre tomadas de decisão e escolhas

3 agosto, 2023


Referência de Vídeo

fonte: https://www.youtube.com/watch?v=y6fPKi9-ZG8

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Comportamento dos ratos - Etologia

2 agosto, 2023

A diferença do olhar do pesquisador que trabalha com animais em suas pesquisas


Quando um pesquisador tem uma hipótese, e perguntas que motivam um estudo apurado e específico, dentro de uma linha de pesquisa, esta igualmente deve estar "encaixada" dentro de uma temática já abordada por um Laboratório pertencente a uma Instituição. Seja ela pública ou privada, esta deve ainda possuir todas as licenças para trabalhar com tais tipos de projetos na produção de conhecimento. Do ponto de vista de quem trabalha com pesquisas, esta relação com estes animais é focada somente na produção de dados, ou seja, os animais são utilizados de forma invasiva (equipamentos) ou não invasiva (observacional) na aferência, produção e coleta de dados que serão posteriormente analisados e farão parte junto com a pesquisa bibliográfica, à discussão destes resultados respondendo as perguntas elaboradas no início, finalizando com a conclusão do estudo.

Para você não entende nada sobre ratos e sobre o comportamento deles, acredite, quem já trabalhou com eles no seu dia a dia muitas vezes também não.... e eles estão presentes no nosso dia a dia, no nosso campo simbólico e em vários momentos nos referimos a eles!

             


Tais animais são geralmente ratos de determinadas espécies, usados em pesquisas  científicas, que são obrigadas a obedecer a Lei Federal nº 11.794/08, também conhecida com Lei Arouca, que a princípio não estaria ligada ao Direito dos Animais propriamente, abaixo um pequeno trecho referente aos artigos 2o e 3o da referida lei:


Art. 2o  O disposto nesta Lei aplica-se aos animais das espécies classificadas como filo Chordata, subfilo Vertebrata, observada a legislação ambiental.

Art. 3o  Para as finalidades desta Lei entende-se por:

I – filo Chordata: animais que possuem, como características exclusivas, ao menos na fase embrionária, a presença de notocorda, fendas branquiais na faringe e tubo nervoso dorsal único;

II – subfilo Vertebrata: animais cordados que têm, como características exclusivas, um encéfalo grande encerrado numa caixa craniana e uma coluna vertebral;

III – experimentos: procedimentos efetuados em animais vivos, visando à elucidação de fenônemos fisiológicos ou patológicos, mediante técnicas específicas e preestabelecidas;

IV – morte por meios humanitários: a morte de um animal em condições que envolvam, segundo as espécies, um mínimo de sofrimento físico ou mental.


Quando usados em pesquisa, são acondicionados em espaços mantidos pelas Instituições de pesquisa,  conhecidos como biotério.




No Instituto Vital Brasil, renomada Instituição de pesquisa brasileira, assim define o seu trabalho cuidando destes animais:


"Biotério: animais sadios, garantia de bons produtos

O Biotério é importante base da produção de soros e vacinas. O Laboratório de Controle Sanitário Animal, responsável por manter e controlar a saúde dos animais usados nos testes em geral, está também colaborando com o controle sanitário dos cavalos, além da já rotina com os quase 7000 camundongos, 300 cobaias (preás), 700 coelhos e 200 ratos criados no Biotério. Todos nota 10 em saúde, animais de qualidade para garantir ao Instituto Vital Brazil produtos finais de altíssima qualidade. Periodicamente, os animais são submetidos a exames de sangue e parasitológicos, além de necropsias. Eles não podem ter o menor problema de saúde, pois o uso de medicamentos pode reagir com os produtos testados, mascarando os resultados.

O trabalho para evitar a entrada de doenças no plantel é incessante. Os cuidados vão desde o tipo de ração usado, a limpeza do ambiente, a higienização dos criadouros e, inclusive, a qualidade do ar e da água, sempre em busca das condições ideais. Mesmo nos fins de semana e feriados, é proibido parar. Plantonistas se revezam para que nada saia errado. Ao menor sinal de problema, a equipe trabalha para saná-lo rapidamente.

A conhecida qualidade dos animais motiva cada vez mais a permuta e a solicitação de exemplares das espécies por outros órgãos. A missão é grande, não se resume à criação de animais usados para alimentar outras espécies. É um trabalho científico que garante ao Instituto Vital Brazil a certeza de produtos de qualidade comprovada.

Por mais de um século, os animais de laboratório vêm sendo utilizados em pesquisas biomédicas e produção de imunobiológicos. Estudos de anatomia, fisiologia, imunologia e virologia, dentre outros, são realizados nestes animais, o que permite um avanço considerável no desenvolvimento da ciência e da tecnologia em benefício da humanidade. Muito solicitados no Controle de Qualidade dos medicamentos, sua criação requer cuidados especiais visando à manutenção da qualidade sanitária e genética dos animais, desde manejo adequado, redução de stress, sistemas de climatização (refrigeração e exaustão), profissionais qualificados etc. Atualmente são criados no Instituto Vital Brazil, os seguintes animais: camundongos, cobaias, coelhos e ratos"


No Wikipedia é fácil encontrar uma rápida explanação sobre o que seria Etologia, esta área responsável por estudar o comportamento dos seres:



Liz Langley (2020) em uma postagem no site da Revista National Geographic disserta sobre os humanos e suas semelhanças quanto a estruturas cerebrais e comportamentos apresentados, sugerindo que estes teriam suas raízes na evolução da classe mammalia. Segue abaixo o trecho entitulado "Ratos parecidos com humanos":


"Para o primeiro experimento, Keysers e sua equipe treinaram 24 ratos de ambos os sexos para empurrar duas alavancas diferentes que os presenteava com uma guloseima, até os animais desenvolverem preferência por uma das alavancas. Depois disso, os cientistas mudaram o experimento. Quando o rato empurrava sua alavanca favorita e recebia seu doce, um rato próximo a ele levava um choque no pé.

Nove ratos, que perceberam seus colegas reclamando com um grito, imediatamente pararam de apertar a alavanca preferida e mudaram para a menos preferida, que ainda liberava doces.

Os ratos do estudo demonstraram uma série de reações ao experimento, o que surpreendeu Keysers. Por exemplo, um rato parou de utilizar ambas as alavancas após perceber o primeiro choque, aparentemente angustiado, e outros ratos demonstraram indiferença nas duas ocasiões, diz ele. Essa variação “também é empolgante, pois sugere a possibilidade de semelhança nos humanos com diferenças específicas”.

Assim como nos humanos, a empatia dos ratos tinha limites. Quando o experimento foi repetido oferecendo uma recompensa de três doces, os ratos que haviam trocado de alavanca anteriormente, evitando machucar outros ratos, deixaram de fazê-lo.

“Eu achei divertido, mas também tem uma certa integridade e verdade em tudo isso”, diz Peggy Mason, neurobióloga da Universidade de Chicago que não participou do estudo.

Na segunda parte do experimento, Keysers e sua equipe utilizaram anestesia para inativar temporariamente o córtex cingulado anterior dos ratos que demonstraram aversão a ferir outros membros da espécie. Curiosamente, quando o experimento foi repetido, esses ratos anestesiados pararam de ajudar os outros ratos."


Para acessar a postagem completa clique aqui


E ratos também é nome de banda, como os Ratos de Porão! Uma banda punk rock, anarco rock e hardcore (traduzindo grosseiramente seria o gênero musical "núcleo duro"), conhecida desde os anos 80 por suas músicas cantadas no grave ou voz gutural, áspera e rouca. Abaixo trechos das músicas em épocas bem diferentes, mas com conteúdos que discutem a partir deste óculos "underground", desta forma de "roedora de enxergar as coisas do mundo":


Crucificados pelo sistema (1984)
(Compositores: Jao / Gordo / Jana)

Nascer pra liberdade e crescer para morrer
Crucificados pelo sistema
Morrer sem esquecer o povo que ficou
Crucificados pelo sistema
Nascer pra liberdade e crescer para morrer
Crucificados pelo sistema


Necropolítica (2022)
(Compositor João Gordo)

Licença 
Para matar 
Em prol um discurso de ordem 
Conjunto 
De relações 
De forças multilaterais 
Poder decidir quem deve viver 
Poder decidir quem deve morrer
(...)
Morte massificada 
Vidas descartáveis 
Agenda macabra 
Máquina racista.


E finalmente.... gambá não é rato! É um animal silvestre! E eu tive a sorte, de na minha vida sempre ser atravessada por eles... na casa dos meus pais onde eu cresci, eles sempre passavam no jardim,  na Reitoria da UFRJ onde estudei sempre tinha algum atravessando o prédio em meio as árvores de Abricó de Macaco, na Gávea também tinha o "bonde dos gambás", que sempre no mesmo horário de noite passavam fazendo o mesmo barulho pelo quintal para escalar a Mangueira que tinha nos fundos da casa da Isabel do Vôlei (sim, eu e meu saudoso marido Fernando, éramos vizinhos de térreo, da casa dela :)), e a PUC- Rio logicamente era cheia deles, que habitavam as casinhas da Vila dos Diretórios. Ratos e gambás se assemelham em sua classificação quanto ao filo, pois ambos são Chordatas, mas sua infra classe é diferente! Gambás são marsupiais enquanto que roedores são placentários!




Referências Bibliográficas
BRASIL. LUIS INÁCIO LULA DA SILVA. . LEI Nº 11.794, DE 8 DE OUTUBRO DE 2008. 2008. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2008/lei/l11794.htm. Acesso em: 02 ago. 2023.
WIKIPEDIA (United States Of America). Wikimedia Project. Biotério. 2020. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Biot%C3%A9rio. Acesso em: 02 ago. 2023.
BIOTÉRIO: animais sadios, garantia de bons produtos. Instituto Vital Brasil. Disponível em: https://www.vitalbrazil.rj.gov.br/bioterio.html. Acesso em: 02 ago. 2023.
LANGLEY, Liz. Ratos evitam ferir seus semelhantes, e descoberta pode ajudar a entender sociopatas. 2020. Disponível em: https://www.nationalgeographicbrasil.com/animais/2020/03/ratos-comportamento-humanos-empatia-pesquisa-sociopata-mamifero-evolucao. Acesso em: 02 ago. 2023.
WIKIPEDIA (United States Of America). Ratos de Porão. 2023. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ratos_de_Por%C3%A3o. Acesso em: 02 ago. 2023.
PORÃO, Ratos de. Crucificados pelo Sistema. 1984. Disponível em: https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=letra+de+ratos+de+por%C3%A3o+crucificados+pelo+sistema&sa=X&ved=2ahUKEwj3k_OpwL6AAxVZqZUCHc28A_sQjukCegQIKBAC&biw=1366&bih=653&dpr=1&si=ACFMAn_bbA8rXRclhhAAtFAMbhlKjmU1s6MiExLF9NcnIguKWqWlknid95eLCsaWwcqvibaUvgtRQrU-XmdYgGvc6aQBxt2m-ZMmKP6OhvmtgBpyCVlCkewV68Nm2qD9YEsHsWEWydiFP2GCWc7nqVaEF73ApmLk7LEgcZYxx1AyjUvRg2IHxVj9UKURIEnFYU4iMVStr8CL&ictx=1. Acesso em: 02 ago. 2023.
PORÃO, Ratos de. Necropolítica. 2022. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=bK3OhmUwbzQ. Acesso em: 02 ago. 2023.
WIKIPEDIA (United States Of America). Gambá. 2023. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gamb%C3%A1. Acesso em: 02 ago. 2023.
WIKIPEDIA (United States Of America). Wikimedia Project. Roedores. 2023. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Roedores. Acesso em: 02 ago. 2023.

Referências de Imagens
Imagem 1 - Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Etologia. Acesso em: 02 ago. 2023.
Imagem 2 - Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Ratatouille_%28filme%29#/media/Ficheiro:Ratatouille_p%C3%B4ster.jpg
Imagem 3 - Fonte: https://www.amazon.com.br/Recarreg%C3%A1vel-Wireless-Bluetooth-Computador-Notebook/dp/B09KCQGYXZ/ref=asc_df_B09KCQGYXZ/?tag=googleshopp00-20&linkCode=df0&hvadid=379713309507&hvpos=&hvnetw=g&hvrand=15164675923102785188&hvpone=&hvptwo=&hvqmt=&hvdev=c&hvdvcmdl=&hvlocint=&hvlocphy=9100877&hvtargid=pla-1570841943767&psc=1
Imagem 4 - Fonte: https://dublagem.fandom.com/wiki/Mickey_Mouse
Imagem 5 - Fonte: https://www.vitalbrazil.rj.gov.br/bioterio.html
Imagem 6 - Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Gamb%C3%A1

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Gamificação da consciência

2 agosto, 2023


Quando eu tinha uns 8 anos, eu pedi de Natal um jogo chamado Genius da antiga fábrica de brinquedos Estrela. Era a sensação dos comerciais da TV na época, e o pensamento ruminativo não me deixava nem pensar em pedir uma boneca. Foi então que no dia de Natal pela manhã lá estava a grande caixa do brinquedo sobre a cama, acompanhada de um sermão de minha mãe dizendo, enquanto varria meu quarto, que nem sempre eles poderiam me dar o que eu pedisse, pois aquele brinquedo havia sido caro. Então nesse misto de sensações eu abri a caixa e comecei a interagir com o brinquedo, que dependia de pilhas grandes (igualmente caras...ai meu Deus...) e assim eu ia apertando aqueles botões coloridos que acendiam e que emitiam sons em ordens diferentes a cada proposta, e quando me lembro dele...lembro daquela cena de Contatos Imediatos de 3 grau......



Era bem interessante de início, mas meu cérebro não acompanhava todas as propostas, apenas a que o próprio brinquedo propunha, pois acreditem...aos 8 anos eu não tinha o hábito de ler o manual de instruções antes de começar a brincar com um brinquedo como este!

A questão no entanto que me trouxe esta memória "à superfície da consciência" foi justamente o fato de eu nunca ter tido nenhum vídeo game propriamente, nem o Atari me despertou atenção. Uma prima minha o tinha, e eu até ia as vezes a sua casa, mas para mim aquilo não tinha graça.

Meu pai também, a época que trabalhava em uma empresa, implantando um sistema informatizado, lá nos anos 80....me levava para o trabalho as vezes e eu ficava lá ocupando meu tempo com joguinhos na plataforma DOS. Mas nesta época foi só isso mesmo...foram poucas as interações.

O tempo foi passando, e forma chegando os consoles, Nintendo, Play Station... e eu via as propagandas..mas era difícil eu me imaginar juntando uma mesada para comprar um "brinquedo" como estes, pois eu gostava mais de passear mesmo... ir à praia, assistir campeonato de surf, viajar com as minhas amigas da escola ou tempos depois, da faculdade. Tive um namorado que tinha o DOOM no computador e eu até gostava de assistí-lo jogar...mas justamente porque ele tinha habilidade de manter o jogo fluído de forma a ir avançando as etapas, e para mim aquilo era como um filme. Tive outra oportunidade também de jogar brevemente um jogo cuja proposta era construir uma cidade do zero...quase como um THE SIMS, só que era mais estrutural a nível de cidade mesmo. Tinha também a casa de umas amigas que tinham um irmão mais velho que jogava South Park e eu morria de rir do jogo em sí, só de assisti-los jogar, eu tentei uma ou duas vezes, mas não tinha a menor habilidade.

Depois com o tempo, quando eu comprei meu primeiro computador, eu cheguei a ganhar dois jogos em formato de CD, os quais jogava com minha irmã: o THE SIMS e o Black and White (nem conseguia passar dos 10 minutos) lá no início dos anos 2000, mas também foram poucas interações sem muito engajamento, acho que por sermos garotas e talvez os garotos estejam mais envolvidos neste "mundo dos jogos".

Anos depois, ao me tornar Arteterapeuta e começar a atender meu pacientes infantis, novamente este contexto dos jogos voltou com toda força, pois eu atendia meninos saindo da primeira infância, então tanto a temática dos vídeo games quanto os personagens que estavam em evidência na geração destas crianças à época, dois deles os assistiam em desenhos e jogavam em tablets ou celulares, apesar de não terem o console à época, acabavam fazendo parte dos diálogos e do imagético durante a terapia. Ao final da consulta, como a mãe deles não aprovava o vídeo game em casa, combinávamos que jogaríamos de "forma assistida" por 10 minutos no meu computador para apaziguar as ansiedades, tudo "muito tranquilo" pois eu sempre escolhia os personagens mais exóticos e apanhava muito!!!

Até o dia em que assisti em um canal online americano: uma apresentadora, uma mãe e uma criança dialogarem sobre a dependência deste menino em um jogo no qual ele não conseguia fazer mais nada, só pensava naquele jogo o dia inteiro, e assim o programa debatia de forma muito inteligente como um vício chegava a uma criança de tão pouca idade, e o porque deste jogo estar provocando isto em outras crianças também. Lí resenhas, e assisti alguns vídeos de jogadores mais experientes, obviamente para entender o fator "engajamento".

Eu então instalei o jogo e observei como se dava o processo do jogo ou o desenvolvimento daquela história, pelo ponto de vista do que seria a criança no lugar do jogador em primeira pessoa. O jogo era de guerra, mas eu sí tinha um aspecto interessante em misturar "elementos da arquitetura", onde o jogador poderia construir seus abrigos com elementos do entorno, além disso sua estética era bem atraente e viva e quando acabava a partida, o vencedor ainda tinha umas dancinhas bem humoradas e engraçadas. Logo após observar o jogo umas 3 vezes, o desinstalei.

Um destes pacientes, passado um tempinho, pediu para jogar o Fortnite comigo, mas como eu sabia que a instalação iria demorar porque o jogo era pesado, a interação de 10 minutos não aconteceu. O mesmo paciente tempos depois voltou a trazer esta questão de voltarmos a jogar ao final das sessões, desta vez era um jogo chamado Valorant. Eu o instalei, e achei um jogo muito bonito, os personagens era animes muito bem construídos como os desenhos animados semi-realistas, e as dinâmicas em grupo e os "diálogos de disparo", ou seja , a cada ação também haviam os efeitos sonoros e frases que mantinham o jogo parecer contínuo, mesmo para um jogador que não estivesse em rede. Mas desta vez, eu assisti a vídeos do estúdio de criação deste jogo, vídeos dos profissionais falando sobre os personagens de cada jogo, de como era o processo de criação em 3D de cada jogo, de forma a compreender novamente o fator engajamento. Me chamou a atenção à época, a possibilidade de existirem jogadores que fossem também desenvolvedores e que criassem alguns complemento que pudessem ser anexados ao jogo original. E para minha surpresa, o meu paciente desistiu e não quis jogar, e assim eu desinstalei o jogo do meu computador.




Há o outro lado dessa história, que são justamente estes desenvolvedores de games, uma indústria que não para de crescer e emprega muitas pessoas. E parece haver um consenso sobre os chamados elementos essencias no design destes games, ou seja...na forma de se construir uma realidade virtual gamificada.  Determinar um objetivo através do design de um jogo produzirá o impacto desejado de acordo com a meta proposta, é o que Kaushik Dey, autor de uma coluna no site da empresa desenvolvedora de games Red Apple Technologies, destaca como importante analisar diante do público que se quer atingir e as necessidades dos jogos de suas preferências, tornando mais fácil direcionar o um projeto como este adequadamente. Para o autor estes cuidados fazem o jogador ter maior aderência a proposta, pois para ele, causar impacto psicológico ao jogador é fundamental, bem como um design objetivo quanto as metas a serem alcançadas pelo jogador. 

Destacar restrições, regulamentos e regras do jogo são importantíssimos, impedindo que os jogadores adotem métodos errados que são estritamente proibidos na plataforma do jogo, .de maneira impecável. tende a tornar um jogo online muito envolvente. Para o autor, os regulamentos direcionam os jogadores em relação a estratégias e táticas a fim de superar os obstáculos e e este suporte ajuda a manter a competitividade de maneira adequada.




Mesmo que ao atravessar determinada etapa do jogo, haja sensação de tédio e estagnação por parte do jogador, adicionar um ambiente com possibilidades de interação entre os jogadores para seguir nas etapas seguintes torna-se uma atraente solução ao longo do jogo. O autor destaca que os jogos atualmente são um meio de pessoas se conectarem socialmente. Manter a aderência até o final do jogo é importante para que a experiência do jogador seja completa, de maneira que ele desenvolva suas próprias estratégias para completar as etapas e seguir em frente, mesmo que o ambiente desenvolvido seja único e tenha um enredo ou história concisos, porém com um ambiente competitivo, bem como se envolver e ter a sensação de proximidade com os personagens propostos. O autor destaca ainda a possibilidade de se ter curingas durante o jogo, utilizados para aumentar a competitividade. É preciso adicionar elementos que atraiam a atenção, mantenham o foco no jogo e ao mesmo tempo tragam a sensações complementares como por exemplo efeitos sonoros, música, personagens, elementos visuais e gráficos prazerosos e interessantes, de maneira a manter o jogador envolvido de maneira crescente.



A velocidade e o tempo de engajamento segundo Kaushik Dey, ou seja, o momentum de equilíbrio entre estes fatores e o ritmo de engajamento, são importantes justamente para proporcionar o engajamento mental, imersivo e envolvente do jogador, a ponto de fazê-lo ir completando etapas do jogo à medida que voltar a jogar. Os colaboradores desenvolvedores também devem apropriadamente adicionar outros desafios ao longo do jogo, permitindo maior envolvimento para superar obstáculos rapidamente, sem desanimar ou desistir, sempre buscando um alto nível de satisfação e auto superação diante das dificuldades. Por fim, para o autor, Surpresas e Diversão o jogo deve permitir a interface entre desenvolvedores e elementos de humor que tragam leveza e ao mesmo tempo surpreendam, e sejam absorvidos a cada fase, proporcionando satisfação ao jogador em descobrir personagens, objetos que tragam sentido ao jogo, bem como compreender sua narrativa de forma intuitiva e através do raciocínio lógico. A diversão está em explorar o jogo em suas nuances e mesmo que ganhar ou vencer uma etapa não seja algo contínuo, ele pode construir este raciocínio exploratório e seu conhecimento dentro de recorte criativo que o jogo está oferecendo e manter esta aderência.


Referências Bibliográficas

DEY, Kaushik. What are the 7 Crucial Design Elements Used in Games? 2022. Disponível em: https://www.redappletech.com/what-are-the-7-crucial-design-elements-used-in-games/. Acesso em: 02 ago. 2023.
PEZZI, Gustavo. How to Make Your Own C++ Game Engine. 2022. Disponível em: https://www.gamedeveloper.com/blogs/how-to-make-your-own-c-game-engine. Acesso em: 02 jul. 2023.

YABLONSKI, Jon. Laws of UX is a collection of best practices that designers can consider when building user interfaces. 2023. Disponível em: https://lawsofux.com/. Acesso em: 02 ago. 2023.


Referências de Imagens

Imagem 1 - Fonte: https://www.brinkanto.com.br/MLB-1333361202-jogo-genius-da-estrela-original-_JM

Imagem 2 - Fonte: https://appleyardcrowe.com/rustic-olive-wood-large-chess-board-with-pieces-36cm/

Imagem 3 - Fonte: https://support.google.com/legal/answer/3463239?hl=pt-BR

Imagem 4 - Fonte: https://cestoukids.com/products/resta-um-em-madeira-escura?currency=BRL&variant=41842577932488&utm_medium=cpc&utm_source=google&utm_campaign=Google%20Shopping

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Aquilo que "não me sai da cabeça"

1 agosto, 2023



Apesar de não ser considerada uma expressão popular,  um ditado ou um adágio, esta expressão (e similares com mesmo significado), são bastante utilizadas por nós brasileiros e até em outras línguas. Perguntei a minha mãe se ela sabia o que esta expressão queria dizer e ela me respondeu: "- É uma força de expressão!" E eu completaria...e uma expressão que tem sua força. Mas o dicionário Collins English Dictionary traz a seguinte definição:


"Definition of 'on your mind'

If something is on your mind, you are worried or concerned about it and think about it a lot.

"On your mind"  in a phrase: 

This game has been on my mind all week.

I just forgot. I've had a lot on my mind.


Em sua tradução:


"Definição de 'em sua mente'

Se algo está em sua mente, você está preocupado ou preocupado com isso e pensa muito nisso.

"Na sua mente" em uma frase:

Eu apenas esqueci. Eu tive muito em minha mente.

Este jogo esteve em minha mente durante toda a semana.


"Não me sai da cabeça" seria ainda uma figura de linguagem? Uma figura do pensamento? Qual delas? Só uma professora de Português, ou aquele bom aluno do ensino fundamental 2, poderiam ao certo responder com maestria tal classificação:




São vistas em letras de músicas:


Segue um pequeno trecho:

" (...) Você não me sai da cabeça
Você não me sai da cabeça
Você não me sai da cabeça não

Não sai nem quando entro em coma
Por ficar tanto tempo acordado
Ainda mais se desabo na lona
Esperando dormir do seu lado."


A questão vista pelo viés da Psicologia, é foca no estudo do que chamamos de Pensamento Ruminativo. Segundo Zanon, Borsa, Bandeira e Hutz (2012):


"A ruminação, ou pensamento ruminativo, tem sido caracterizada como uma cadeia de pensamentos repetitivos, de caráter negativo, que se perpetua por longo tempo (Nolen-Hoeksema, 1991; 2004). Apesar da ruminação estar presente em todas as pessoas em algum grau, nem toda ruminação é igualmente disfuncional.

A literatura aponta evidências de que a ruminação é prejudicial quando associada a tendências disfóricas (mau-humor, tristeza e desmotivação) e/ou associada a traços de personalidade presentes no fator Neuroticismo (Lyubomirsky & Tkach, 2004). O neuroticismo caracteriza o nível de desajustamento emocional e a vulnerabilidade para desenvolver stress e ansiedade, depressão, sentimentos de culpa, baixa autoestima, tensão, irracionalidade, timidez, tristeza e emotividade (Costa & McCrae, 2007; Hutz & Nunes, 2001; McCrae & John, 1992).

No presente artigo, será discutido o conceito de ruminação ou pensamento ruminativo enquanto comportamento disfórico. Do mesmo modo será discutida a associação entre ruminação com as facetas do fator Neuroticismo (vulnerabilidade, desajustamento psicossocial, ansiedade e depressão) e como se dá os padrões dessa associação entre homens e mulheres.

Segundo Nolen-Hoeksema, Parker e Larson (1994), a ruminação é uma forma desadaptada e mal-sucedida de pensar sobre si mesmo. Um aspecto fundamental da ruminação é o direcionamento da atenção sobre as causas e consequências dos sintomas depressivos, conforme percebidos pelo próprio indivíduo. Duas diferentes teorias, que têm por objetivo explicar o fenômeno da ruminação, embasam os estudos sobre o tema. A primeira é a Teoria do Estilo de Resposta (TER) (Nolen-Hoeksema, 1991; 2004) e a segunda é o Modelo do Funcionamento Executivo Auto-Regulatório (MFEAR) (Wells & Mathews, 1996; Matthews & Wells, 2004).

A TER compreende a ruminação como uma das diversas formas de reagir a eventos estressores. Enquanto alguns evitam pensar no assunto, buscam distrações em outras atividades ou agem efetivamente para resolver seus problemas, outros direcionam sua atenção de forma passiva sobre seu estado de humor negativo, ou seja, ruminam. De acordo com a TER, pessoas que ruminam muito (indivíduos ruminadores) prolongam seus episódios depressivos (Nolen-Hoeksema, 1991, 2004; Nolen-Hoeksema, Morrow & Fredrickson, 1993) e apresentam baixa capacidade para resolver problemas (Donaldson & Lam, 2004; Lyubomirsky, Karsi & Zhem, 2003).

Segundo o MFEAR, por sua vez, a ruminação consiste de pensamentos repetitivos que visam amenizar autodiscrepâncias percebidas em diversos contextos (Matthews & Wells, 2004). Diante de episódios em que a condição almejada afasta-se significativamente da condição vivida, sujeitos não ruminativos, ainda que reclamem e se lamuriem sobre a situação, buscam a redução da discrepância através de comportamentos efetivos. De outro lado, indivíduos ruminadores tendem a focar a atenção em estratégias que não estão diretamente ligadas à diminuição das discrepâncias. Um exemplo disso é relembrar e remontar continuamente os eventos ansiogênicos relacionados à percepção da discrepância. Ou seja, os ruminadores parecem utilizar estratégias ineficazes para reduzir suas discrepâncias, ao invés de tentar eliminá-las através de ações efetivas e planejadas (Matthews & Wells, 2004).

Roberts, Gilboa e Gotlib (1998) propuseram que a ruminação é uma manifestação cognitiva do traço de personalidade neuroticismo. De acordo com os autores, sujeitos com altos escores de neuroticismo tendem a focar sua atenção sobre sentimentos e experiências que intensificam a vivência de episódios de disforia (tristeza, desesperança e inferioridade). Evidências da associação entre ruminação e o fator neuroticismo também são referidas por outros trabalhos importantes da literatura internacional (Roberts et al., 1998; Teasdale & Green, 2004; Trapnell & Campbell, 1999). Além disso, no estudo realizado por Zanon e Teixeira (2006), com uma amostra brasileira, tais achados também foram encontrados.

Neste contexto, a ruminação pode ser pensada como um tipo de pensamento estável ao longo da vida, assim como os traços de personalidade. Estes, por sua vez, podem ser entendidos como um conjunto de padrões de dimensões afetivas, cognitivas e comportamentais (Silva, Schlottfeldt, Rozenberg, Santos & Lelé, 2007).

As teorias fatoriais de personalidade são amplamente citadas na literatura e referem-se ao conjunto de características básicas da personalidade, considerando—se suas principais propriedades e as relações entre elas (Pervin & John, 2004). Das teorias fatoriais mais conhecidas, está o Big Five ou Modelo dos Cinco Grandes Fatores (CGF), versão moderna da teoria do traço e que representa um avanço conceitual e empírico no campo da personalidade, descrevendo cinco dimensões humanas básicas de forma consistente e replicável (Hutz, Silveira, Serra, Anton & Wieczorek, 1998).

O Big Five propõe que a personalidade é constituída por estruturas unitárias naturais denominadas traços, agrupadas em cinco grandes dimensões ou fatores: extroversão, neuroticismo, abertura, realização e socialização. Tais fatores foram descobertos a partir da análise de descritores da personalidade, encontrados na linguagem natural. Partiu-se da hipótese léxica de que as características mais importantes dos indivíduos são nomeadas como termos únicos e específicos em algumas ou em todas as línguas do mundo (Costa & McCrae, 2007; Hutz et al., 1998).

O fator neuroticismo também é conhecido como desajustamento emocional, fator N ou simplesmente 'N'. Esse fator corresponde a um conjunto de características individuais que predispõem os indivíduos a vivenciar de forma mais intensa os sentimentos de aflição, angústia, sofrimento, inadaptação, depressão, ansiedade, baixa tolerância à frustração, impulsividade, autocrítica e outros (Costa & McCrae, 2007; DeNeve & Cooper, 1998; Hutz & Nunes, 2001; McCrae & John, 1992; Trapnell & Campbell, 1999; Watson & Hubbard, 1996).

Indivíduos com altos escores no fator N geralmente são ansiosos e apresentam mudanças frequentes de humor. Ademais, tendem a sofrer de transtornos psicossomáticos e apresentam reações muito intensas frente aos estímulos. Ao contrário, sujeitos com baixos escores neste fator tendem a responder a estímulos emocionais de maneira controlada, retornando rapidamente a seu estado normal após uma elevação emocional (Hutz & Nunes, 2001; McCrae & John, 1992; Silva et al., 2007).

O fator N, avaliado pela Escala Fatorial de Neuroticismo (EFN) (Hutz & Nunes, 2001), é subdividido em quatro facetas - subcategorias que melhor representam sua amplitude e seu alcance explicativo. A primeira faceta chama-se vulnerabilidade e é caracterizada por traços como insegurança, baixa autoestima, dificuldade em tomar decisões e medo de abandono. A segunda faceta é conhecida como desajustamento psicossocial e representa traços que envolvem comportamentos sexuais de risco, consumo exagerado de álcool, necessidade recorrente em chamar atenção. Ansiedade é a terceira faceta e é composta por traços como irritabilidade, transtornos de sono, comportamento impulsivo, sintomas de pânico e alterações de humor. Por fim, depressão é a quarta faceta e caracteriza-se por traços de humor deprimido, ideação suicida, sentimentos de desesperança, entre outros (Hutz & Nunes, 2001).

O fator neuroticismo tende a apresentar-se de diferentes formas em homens e mulheres. Segundo o estudo realizado por Nunes (2000), observaram-se diferenças significativas entre homens e mulheres, sobretudo no que diz respeito às facetas ansiedade e desajustamento psicossocial. Indivíduos do sexo masculino apresentaram maior índice de desajuste psicossocial enquanto as mulheres apresentaram maior índice de ansiedade. Esses achados foram parcialmente corroborados por outros estudos recentes (Serafini, 2008; Trentini et al., 2009).

Estudos apontam, também, que mulheres tendem a apresentar maior incidência de neuroticismo, enquanto fator geral, quando comparadas aos homens (Costa & McCrae, 1992, 2007; Ebert, Loosen & Nurcombe, 2002; Hutz & Nunes, 2001). Em uma análise teórica realizada por Oliveira (2002), constatou-se que os estudos que investigam o fator neuroticismo e sua relação com o sexo apontam as mulheres como aquelas que possuem maior tendência a expressarem traços que caracterizam o fator N. Tal informação é amplamente defendida pela literatura especializada, a qual indica, ainda, que as diferenças são significativas e recorrentes em diferentes culturas (Ebert et al., 2002; Hutz & Nunes, 2001). Contudo, alguns estudos brasileiros apontam dados contraditórios aos da literatura majoritária sobre o tema (Hutz & Nunes, 2001; Serafini, 2008).

Conforme a pesquisa realizada por Serafini (2008), os jovens do sexo masculino apresentaram médias mais altas nos fatores desajustamento psicossocial e depressão. No estudo de validade da EFN (Hutz & Nunes, 2001), os homens apresentaram maiores médias em desajustamento psicossocial e depressão enquanto as mulheres apresentaram médias superiores na faceta ansiedade. Assim, observa-se que a literatura apresenta diferentes resultados quanto à associação entre o fator neuroticismo e suas facetas e sexo.

O pensamento ruminativo pode ser determinado por diferentes características de personalidade. Pessoas com altos escores de N tendem a perceber de forma mais negativa os acontecimentos de sua vida (Magnus, Diener, Fujita & Pavot, 1993). Devido a isso, possivelmente, essas pessoas experienciem mais situações angustiantes, ansiogênicas e discrepantes que pessoas emocionalmente estáveis (Trapnell & Campbell, 1999).

Essa tendência a interpretar os eventos de vida de forma mais obscura pode gerar mais preocupação, ansiedade e stress (Roelofs, Huibers, Peeters & Arntz, 2008). Dessa perspectiva, homens e mulheres com altos escores no fator N - especificamente, na faceta desajustamento emocional - podem apresentar uma predisposição à ruminação (Roberts et al., 1998). Em outras palavras, ao invés de utilizarem estratégias eficazes para solucionar seus impasses, estes sujeitos provavelmente identificam novos problemas constantemente nas suas rotinas e ruminam sobre eles (Watson & Hubbard, 1996)."


Referências Bibliográficas

Zanon, C., Borsa, J.C., Bandeira,D.R.,  & C. S.. Relações entre pensamento ruminativo e facetas do neuroticismo. Estudos de Psicologia (Campinas), 29(2), 173-181. http://doi.org/10.1590/s0103-1662012000200003

COLLINS DICTIONARY ENGLISH (United States Of America). Collins Dictionaries. Definition of 'on your mind' on your mind. 2023. Disponível em: https://www.collinsdictionary.com/dictionary/english/on-your-mind. Acesso em: 01 ago. 2023.

Referências de Imagens e Vídeos

Imagem 1 - Fonte: https://pt.vecteezy.com/arte-vetorial/20549535-diverso-pessoas-com-diferente-pensamentos-e-sentimentos-dentro-cabeca-homens-e-mulheres-pensamento-imaginando-e-planejamento-emocao-e-expressoes-dentro-mente-visualizacao-vetor-ilustracao

Imagens 2 e 3 - Fonte: https://www.significados.com.br/figuras-de-linguagem/

Video - Fonte: https://www.letras.mus.br/daniel-ramon/voce-nao-me-sai-da-cabeca/

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Crônicas

1 agosto, 2023

Este blog reúne os mais diversos assuntos, de diferentes áreas que permeiam a existência humana, do individual ao infinito do macro cosmos. Tudo conectado ao nosso cérebro em evolução. Assuntos tangíveis, outros nem tanto...e como nosso cérebro filtra, processa, decodifica e interpreta tudo isso? Cada um a sua maneira...dentro do seu recorte sócio-cultural temporal....dentro do seu campo de estímulos. E porque não pitadas de humor em meio a tudo isso?

Por aqui passarão diversos "personagens"...contando suas histórias e suas experiências curiosas e engraçadas, o que na literatura também conhecemos como crônicas.

    

Segundo o Wikipedia (2023):


"Na literatura e no jornalismo, uma crônica(pt-BR) ou crónica(pt-PT?) (do latim "chronica": "relato em ordem cronológica") é uma narração curta, produzida essencialmente para ser veiculada na imprensa, seja nas páginas de uma revista, seja nas páginas de um jornal ou mesmo na rádio. Possui assim uma finalidade utilitária e pré-determinada: agradar aos leitores dentro de um espaço sempre igual e com a mesma localização, criando-se assim, no transcurso dos dias ou das semanas, uma familiaridade entre o escritor e aqueles que o leem.

A palavra crônica deriva do latim chronica que significava, no início do Cristianismo, o relato de acontecimentos em sua ordem temporal (cronológica). Era, portanto, um registro cronológico de eventos.

No século XIX, com o desenvolvimento da imprensa, a crônica passou a fazer parte dos jornais. Ela apareceu pela primeira vez em 1799, no Journal des Débats, publicado em Paris.

A crônica literária, surgida a partir do folhetim, na França, tomou características próprias no Brasil.



A crônica é, primordialmente, um texto escrito para ser publicado em jornais e revistas. Assim o fato de ser publicada nesses meios já lhe determina vida curta, pois à crônica de hoje seguem-se muitas outras nas próximas edições.

Há semelhanças entre a crônica e o texto exclusivamente informativo. Assim como o repórter, o cronista se inspira nos acontecimentos diários, que constituem a base da crônica. Entretanto, há elementos que distinguem um texto do outro. Após cercar-se desses acontecimentos diários, o cronista dá-lhes um toque próprio, incluindo em seu texto elementos como: ficção, fantasia e criticismo, elementos que o texto essencialmente informativo não contém.

Com base nisso, pode-se dizer que a crônica situa-se entre o jornalismo e a literatura, e o cronista pode ser considerado o poeta dos acontecimentos do dia-a-dia. A crônica, na maioria dos casos, é um texto curto e narrado em primeira pessoa, ou seja, o próprio escritor está "dialogando" com o leitor. Isso faz com que a crônica apresente uma visão totalmente pessoal de um determinado assunto: a visão do cronista. Ao desenvolver seu estilo e ao selecionar as palavras que utiliza em seu texto, o cronista está transmitindo ao leitor a sua visão de mundo. Ele está, na verdade, expondo a sua forma pessoal de compreender os acontecimentos que o cercam.

Geralmente, as crônicas apresentam linguagem simples, espontânea, situada entre a linguagem oral e a literária. Isso contribui também para que o leitor se identifique com o cronista, que acaba se tornando o porta-voz daquele que lê.

Em resumo, podemos determinar quatro pontos:


No website do Infoescola é possível encontrar outro texto simples e importante de Motta (2023), que disserta sobre o que seria uma crônica literária:


"A crônica literária, assim como o folhetim, tem suas origens na prosa francesa do século XIX. Filhos do jornal, tais gêneros surgem na época em que os veículos de comunicação se tornaram massificados, com tiragens relativamente grandes e conteúdo acessível ao público inculto. A partir daí, tanto o folhetim quanto a crônica passaram a ter seu lugar garantido em praticamente todos os jornais. Todavia, enquanto o primeiro se constitui num espaço reservado às narrativas ficcionais, a crônica, em regra, é um texto com linguagem um pouco mais próxima à das reportagens, que registra e comenta a vida cotidiana da cidade, do país, ou do mundo. De acordo com a crítica Leyla Perrone-Moisés:

[A] crônica de feição moderna, [...] publicada em jornal ou revista e muitas vezes reunida em volume, concentra-se num acontecimento diário que tenha chamado a atenção do escritor, e semelha, à primeira vista, não apresentar caráter próprio ou limites muito precisos. Na verdade, classifica-se como expressão literária híbrida, ou múltipla, de vez que pode assumir a forma de alegoria, necrológio, entrevista, invectiva, apelo, resenha, confissão, monólogo, diálogo, em torno de personagens reais e/ou imaginárias etc. [...] implicando sempre a visão pessoal, subjetiva, ante um fato qualquer do cotidiano, a crônica estimula a veia poética do prosador; ou dá margem a que este revele seus dotes de contador de histórias.

        




O escritor Affonso Romano de Sant’Anna também aponta essa característica dúplice da crônica:

É um gênero intermediário entre o jornalismo e a literatura. Como texto para jornal é aquele no qual é admitido alto grau de subjetividade. Os demais jornalistas têm que ser mais objetivos. O cronista vai ao Oriente pelo Ocidente, ou vice-versa. É também um gênero disseminador. O recorte da crônica ganha um significado especial. O leitor se apodera do texto, guarda-o na carteira, na agenda, o reproduz e o repassa como um talismã criando uma espécie de corrente. Por isto, já pensei que entre o jornal e o livro, talvez fosse necessário servir as crônicas separadamente ao leitor, e num papel mais resistente, numa caixa ou pasta onde ele escolhesse as que quisesse.

Assim, por seu estilo diferenciado e, de certa forma, liberto de exigências como objetividade, imparcialidade, urgência ou furo, a crônica se apresenta como espaço privilegiado para a defesa de opiniões que fogem ao senso comum presente na abordagem das notícias. O cronista observa o mundo e o apresenta aos leitores segundo sua interpretação, assumindo o papel do intelectual conectado com os conflitos de seu tempo. A liberdade com relação às regras que direcionam a prática jornalística concede ao cronista maior autonomia para divulgar visões alternativas a respeito de temas da atualidade e, não raro, suscitar perplexidades."


Referências Bibliográficas

WIKIPEDIA (United States Of America). Wikimedia Project -. Crônicas (Gênero). Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre. Gêneros literários / Crónicas; 2023. Este texto é disponibilizado nos termos da licença Atribuição-CompartilhaIgual 4.0 Internacional (CC BY-SA 4.0) da Creative Commons; pode estar sujeito a condições adicionais. Para mais detalhes, consulte as condições de utilização.. Disponível em: https://pt.wikipedia.org/wiki/Cr%C3%B4nica_(g%C3%AAnero). Acesso em: 01 ago. 2023.


MOTTA, Carlos Eduardo Varella Pinheiro. Crônica literária. Doutorado em Letras - Literatura e Língua Portuguesa (PUC-Rio, 2013) Mestrado em Linguística, Letras e Artes (PUC-Rio, 2008) Graduação em Jornalismo (PUC-Rio, 2001). Disponível em: https://www.infoescola.com/redacao/cronica-literaria/. Acesso em: 01 ago. 2023.


Referências de Imagens

Imagem 1 - Fonte: https://rodoviariadorio.com.br/noticias/guia-do-rio/mar-inaugura-cronicas-cariocas/

Imagem 2 - Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=uMFu6fJTNQ0

Imagem 3 - Fonte: https://www.boitempoeditorial.com.br/produto/cronicas-do-mundo-ao-reves-231

Imagem 4 - Fonte: https://www.extra.com.br/livros/LiteraturaNacional/livrosContosCronicasEnsaios/pequenas-cronicas-sobre-tudo-1508860961.html?IdSku=1508860961?utm_source=organic

Imagem 5 - Fonte: https://www.skoob.com.br/livro/similares/469/edicao:602

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Diretrizes Práticas da Associação Psiquiátrica Americana para Avaliação Psiquiátrica de Adultos

31 julho, 2023

Diretrizes Práticas da Associação Psiquiátrica Americana para Avaliação Psiquiátrica de Adultos


Joel J.Silverman , MD, Marc Galanter , M.D., Maga Jackson-Triche , M.D., M.S.H.S., Douglas G. Jacobs , MD, James W. Lomax II , MD, Michelle B. Riba , MD, Lowell D. Tong , MD, Katherine E. Watkins , M.D., M.S.H.S., Laura J. Fochtmann , M.D., M.B.I., Richard S. Rhoads , MD, Joel Yager , M. D.

Do Grupo de Trabalho da APA sobre Avaliação Psiquiátrica (Joel J. Silverman, Presidente). Endereço de correspondência para Kristin Kroeger (kkroeger@psych.org). A APA deseja reconhecer as contribuições dos ex-funcionários da APA; Robert Kunkle, M.A., Robert Plovnick, M.D., Sara Reid, M.A., Seung-Hee Hong e William E. Narrow, M.D., M.P.H. A APA e o Grupo de Trabalho em Avaliação Psiquiátrica agradecem especialmente a Laura J. Fochtmann, M.D., M.B.I, e Robert Kunkle, M.A. por seu excelente trabalho e esforço no desenvolvimento dessas diretrizes. A APA também agradece ao APA Steering Committee on Practice Guidelines e aos contatos da APA Assembly por suas contribuições e assistência.

Publicado online: 1 de agosto de 2015 https://doi.org/10.1176/appi.ajp.2015.1720501

*Este artigo foi particialmente reproduzido da base de Dados/publicações do American Journal of Psychiatric



Antecedentes e Processo de Desenvolvimento

Estas Diretrizes Práticas para a Avaliação Psiquiátrica de Adultos marcam uma transição nas Diretrizes Práticas da Associação Psiquiátrica Americana. Desde a publicação do relatório do Instituto de Medicina de 2011, Clinical Practice Guidelines We Can Trust, tem havido um foco crescente no uso de processos claramente definidos e transparentes para avaliar a qualidade da evidência e a força do corpo geral de evidências em revisões sistemáticas do Literatura científica. Essas diretrizes foram desenvolvidas usando um processo destinado a ser consistente com as recomendações do Institute of Medicine (2011), os Princípios para o Desenvolvimento de Diretrizes Clínicas de Sociedades Especializadas do Conselho de Sociedades de Especialidades Médicas (2012) e os requisitos da Agência for Healthcare Research and Quality (AHRQ) para inclusão de uma diretriz no National Guideline Clearinghouse. (...). Para complementar a experiência dos membros do grupo de trabalho de diretrizes, usamos uma metodologia de pesquisa de “bola de neve” para identificar especialistas em avaliação psiquiátrica e solicitar sua opinião sobre os aspectos da avaliação psiquiátrica que eles consideravam prováveis de melhorar os resultados específicos do paciente (Yager 2014). Os resultados desta pesquisa com especialistas estão incluídos no texto completo da diretriz prática.

Para ler o artigo completo clique aqui


Referências Bibliográficas

Silverman JJ, Galanter M, Jackson-Triche M, Jacobs DG, Lomax JW 2nd, Riba MB, Tong LD, Watkins KE, Fochtmann LJ, Rhoads RS, Yager J; American Psychiatric Association. The American Psychiatric Association Practice Guidelines for the Psychiatric Evaluation of Adults. Am J Psychiatry. 2015 Aug 1;172(8):798-802. doi: 10.1176/appi.ajp.2015.1720501. PMID: 26234607.

Referência de Imagem

Imagem - Fonte: https://gacetamedica.com/politica/los-hospitales-maranon-y-del-sureste-firman-una-alianza-estrategica-en-psiquiatria-y-salud-mental/

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Avaliação Neuropsicológica

31 julho, 2023

TESTES NEUROPSICOLÓGICOS


Chiara Zucchella 1 , Angela Federico 1 2 , Alice Martini 3 , Michele Tinazzi 1 2 , Michelangelo Bartolo 4 , Stefano Tamburin 1 2

Afiliações Afiliações 1 Unidade de Neurologia, Hospital Universitário de Verona, Verona, Itália. 2 Departamento de Neurociências, Biomedicina e Ciências do Movimento, Universidade de Verona, Verona, Itália. 3 Escola de Psicologia, Keele University, Staffordshire, Reino Unido. 4 Departamento de Reabilitação, Unidade de Neurorreabilitação, Habilita, Zingonia, Itália.

PMID: 29472384 DOI: 10.1136/practneurol-2017-001743

*Este resumo de artigo foi integralmente reproduzido da base de Dados PUBMED



Resumo


O teste neuropsicológico é uma ferramenta de diagnóstico fundamental para avaliar pessoas com demência e comprometimento cognitivo leve, mas também pode ajudar em outras condições neurológicas, como doença de Parkinson, acidente vascular cerebral, esclerose múltipla, lesão cerebral traumática e epilepsia. Enquanto os testes de triagem cognitiva oferecem informações grosseiras, a avaliação neuropsicológica detalhada pode fornecer dados sobre diferentes domínios cognitivos (função visuo-espacial, memória, atenção, função executiva, linguagem e praxia), bem como características neuropsiquiátricas e comportamentais. Devemos considerar os testes neuropsicológicos como uma extensão do exame neurológico aplicado à função cortical de ordem superior, uma vez que cada domínio cognitivo possui um substrato anatômico. Idealmente, os neurologistas devem discutir as indicações e os resultados da avaliação neuropsicológica com um neuropsicólogo clínico. Este artigo resume a justificativa, indicações, principais características, testes mais comuns e armadilhas na avaliação neuropsicológica. Palavras-chave: doença de alzheimer; conhecimento; neuropsicologia cognitiva; demência; neuropsicologia.


© Autor(es) do artigo (ou seu(s) empregador(es), salvo indicação em contrário no texto do artigo) 2018. Todos os direitos reservados. Nenhum uso comercial é permitido, a menos que expressamente concedido.




Referências Bibliográficas

Zucchella C, Federico A, Martini A, Tinazzi M, Bartolo M, Tamburin S. Neuropsychological testing. Pract Neurol. 2018 Jun;18(3):227-237. doi: 10.1136/practneurol-2017-001743. Epub 2018 Feb 22. PMID: 29472384.

Referências de Imagens

Imagem 1 - Fonte: https://clinprosaude.com.br/oqueeavaliacaoneuropsicologica/

Imagem 2 - Fonte: https://saudementalatibaia.com.br/avaliacao-neuropsicologicas.php

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O que é matéria escura?

31 julho, 2023

Uma substância indescritível que permeia o universo exerce muitas influências gravitacionais detectáveis, mas escapa à detecção direta.



Algumas pessoas, ao ouvirem pela primeira vez sobre a matéria escura, ficam consternadas. Como algo que não vemos pode existir? Pelo menos desde a revolução copernicana, os humanos deveriam estar preparados para admitir sua não centralidade na composição do universo. No entanto, cada vez que as pessoas aprendem sobre isso em um novo contexto, muitas ficam confusas ou surpresas. Não há razão para que a matéria que vemos seja o único tipo de matéria que existe. A existência de matéria escura pode ser esperada e é compatível com tudo o que sabemos.

Talvez haja alguma confusão no nome. A matéria escura deveria realmente ser chamada de matéria transparente porque, como acontece com todas as coisas transparentes, a luz apenas passa por ela. No entanto, sua natureza está longe de ser transparente. Físicos e astrônomos gostariam de entender, em um nível mais fundamental, o que exatamente é a matéria escura. É feito de um novo tipo de partícula fundamental ou consiste em algum objeto invisível e compacto, como um buraco negro? Se for uma partícula, ela tem alguma interação (embora muito fraca) com a matéria familiar, além da gravidade? Essa partícula tem alguma interação consigo mesma que seria invisível aos nossos sentidos? Existe mais de um tipo de tal partícula? Alguma dessas partículas tem algum tipo de interação?

Meus colegas teóricos e eu pensamos em várias possibilidades interessantes. Em última análise, porém, aprenderemos sobre a verdadeira natureza da matéria escura apenas com a ajuda de outras observações para nos guiar. Essas observações podem consistir em medições mais detalhadas da influência gravitacional da matéria escura. Ou – se tivermos muita sorte e a matéria escura tiver alguma interação não gravitacional minúscula com a matéria comum que até agora não conseguimos observar – grandes detectores subterrâneos, satélites no espaço ou o Grande Colisor de Hádrons no CERN perto de Genebra podem no futuro detectar a escuridão. partículas de matéria. Mesmo sem tais interações com a matéria comum, as auto-interações da matéria escura podem ter consequências observáveis. Por exemplo, a estrutura interna das galáxias em pequenas escalas será diferente se as interações da matéria escura consigo mesma reorganizarem a matéria nos centros galácticos. Estruturas compactas ou outras semelhantes à Via Láctea, como as nuvens de gás brilhantes e as estrelas que vemos quando olhamos para o céu noturno, podem indicar uma ou mais espécies distintas de partículas de matéria escura que interagem umas com as outras. Ou partículas hipotéticas chamadas axions que interagem com campos magnéticos podem ser detectadas em laboratórios ou no espaço.




Para um teórico, um observador ou um experimentalista, a matéria escura é um alvo promissor de pesquisa. Sabemos que existe, mas ainda não sabemos o que é em um nível fundamental. A razão pela qual não sabemos pode ser óbvia agora: simplesmente não está interagindo o suficiente para nos dizer, pelo menos até agora. Como humanos, só podemos fazer muito se a matéria comum estiver essencialmente alheia a qualquer coisa, exceto à própria existência da matéria escura. Mas se a matéria escura tem algumas propriedades mais interessantes, os pesquisadores estão prontos para encontrá-las – e, no processo, para nos ajudar a abordar de forma mais completa esse maravilhoso mistério.

Natureza 557, S6-S7 (2018)

Para ler o artigo completo clique aqui


Referências Bibliográficas

RANDALL, Lisa. What Is Dark Matter?: an elusive substance that permeates the universe exerts many detectable gravitational influences yet eludes direct detection. 2018. Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-018-05096-y. Acesso em: 31 jul. 2023.

Referências de Imagem

Imagem 1 - Fonte: https://www.sciencefocus.com/space/black-hole-mystery/

Imagem 2 - Fonte: https://www.earth.com/news/supermassive-black-hole-at-the-center-of-our-galaxy-revealed/

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O que é espaço-tempo?

31 julho, 2023

Os físicos acreditam que nas menores escalas, o espaço emerge dos quanta. Como seriam esses blocos de construção?




Várias abordagens da gravidade quântica – acima de tudo, a teoria das cordas – agora veem o emaranhamento como crucial. A teoria das cordas aplica o princípio holográfico não apenas aos buracos negros, mas também ao universo como um todo, fornecendo uma receita de como criar o espaço – ou pelo menos parte dele. Por exemplo, um espaço bidimensional poderia ser percorrido por campos que, quando bem estruturados, geram uma dimensão adicional de espaço. O espaço bidimensional original serviria como limite de um reino mais expansivo, conhecido como espaço em massa. E o emaranhamento é o que une o espaço a granel em um todo contíguo.

Em 2009, Mark Van Raamsdonk, da University of British Columbia, deu um argumento elegante para esse processo. Suponha que os campos na fronteira não estejam emaranhados – eles formam um par de sistemas não correlacionados. Eles correspondem a dois universos separados, sem nenhuma maneira de viajar entre eles. Quando os sistemas se emaranham, é como se um túnel, ou buraco de minhoca, se abrisse entre esses universos, e uma nave pudesse ir de um para o outro. À medida que o grau de emaranhamento aumenta, o buraco de minhoca encolhe em comprimento, reunindo os universos até que você nem fale mais deles como dois universos. “O surgimento de um grande espaço-tempo está diretamente ligado ao emaranhado desses graus de liberdade da teoria de campo”, diz Van Raamsdonk. Quando observamos correlações no campo eletromagnético e em outros campos, elas são um resíduo do emaranhado que une o espaço.



Muitas outras características do espaço, além de sua contiguidade, também podem refletir emaranhamento. Van Raamsdonk e Brian Swingle, agora na Universidade de Maryland, College Park, argumentam que a onipresença do emaranhamento explica a universalidade da gravidade – que afeta todos os objetos e não pode ser eliminada. Quanto aos buracos negros, Leonard Susskind, da Universidade de Stanford, e Juan Maldacena, do Instituto de Estudos Avançados de Princeton, N.J., sugerem que o emaranhamento entre um buraco negro e a radiação que emitiu cria um buraco de minhoca – uma porta de entrada para o buraco. Isso pode ajudar a preservar informações e garantir que a física dos buracos negros seja reversível.

Considerando que essas ideias da teoria das cordas funcionam apenas para geometrias específicas e reconstroem apenas uma única dimensão do espaço, alguns pesquisadores tentaram explicar como todo o espaço pode emergir do zero. Por exemplo, ChunJun Cao, Spyridon Michalakis e Sean M. Carroll, todos do Instituto de Tecnologia da Califórnia, começam com uma descrição quântica minimalista de um sistema, formulada sem referência direta ao espaço-tempo ou mesmo à matéria. Se tiver o padrão correto de correlações, o sistema pode ser dividido em partes componentes que podem ser identificadas como diferentes regiões do espaço-tempo. Neste modelo, o grau de emaranhamento define uma noção de distância espacial.

Na física e, de forma mais geral, nas ciências naturais, o espaço e o tempo são a base de todas as teorias. No entanto, nunca vemos o espaço-tempo diretamente. Em vez disso, inferimos sua existência a partir de nossa experiência cotidiana. Assumimos que a explicação mais econômica dos fenômenos que vemos é algum mecanismo que opera dentro do espaço-tempo. Mas a lição final da gravidade quântica é que nem todos os fenômenos se encaixam perfeitamente no espaço-tempo. Os físicos precisarão encontrar uma nova estrutura fundamental e, quando o fizerem, terão completado a revolução que começou há pouco mais de um século com Einstein.


          


Natureza 557, S3-S6 (2018)

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Referências Bibliográficas

MUSSER, George. What Is Spacetime?: physicists believe that at the tiniest scales, space emerges from quanta. what might these building blocks look like? 2018. Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-018-05095-z. Acesso em: 31 jul. 2023.

Referências de Imagem

Imagem 1 - Fonte: https://www.space.com/time-how-it-works

Imagem 2 - Fonte: https://beyond-universe.fandom.com/wiki/Space_Time_Web

Imagem 3 - Fonte: https://www.newscientist.com/article/mg25533940-200-what-does-it-mean-when-we-say-that-space-time-is-expanding/

Imagem 4 - Fonte: http://user.brg19.at/~fus/data/art/art.html

Imagem 5 - Fonte: https://www.gutefrage.net/frage/endet-ein-schwarzes-loch

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Como a vida começou?

31 julho, 2023

Desvendar as origens dos organismos exigirá experimentos nas menores escalas e observações nas mais vastas.




Hoje, a questão de como a química na Terra infantil deu origem ao RNA e às células baseadas em RNA é a questão central da pesquisa sobre a origem da vida. Alguns cientistas pensam que a vida originalmente usava moléculas mais simples e só mais tarde evoluiu o RNA. Outros pesquisadores, no entanto, estão abordando a origem do RNA de frente, e novas ideias empolgantes estão revolucionando esse outrora tranquilo remanso da pesquisa química. Cenários geoquímicos favorecidos envolvem regiões vulcânicas ou crateras de impacto, com química orgânica complexa, múltiplas fontes de energia e ciclos dinâmicos claro-escuro, quente-frio e úmido-seco. Surpreendentemente, muitos dos intermediários químicos no caminho para o RNA cristalizam a partir de misturas de reação, autopurificando-se e potencialmente acumulando-se na Terra primitiva como minerais orgânicos – reservatórios de material esperando para ganhar vida quando as condições mudam.

Supondo que esse problema-chave seja resolvido, ainda precisaremos entender como o RNA foi replicado nas primeiras células primitivas. Os pesquisadores estão apenas começando a identificar as fontes de energia química que podem permitir que o RNA se copie, mas ainda há muito a ser feito. Se esses obstáculos também puderem ser superados, poderemos construir células replicantes baseadas em RNA em evolução no laboratório – recapitulando uma possível rota para a origem da vida.

Qual o proximo? Os químicos já estão se perguntando se nosso tipo de vida pode ser gerado apenas por meio de um único caminho plausível ou se várias rotas podem levar da química simples à vida baseada em RNA e à biologia moderna. Outros estão explorando variações na química da vida, buscando pistas sobre a possível diversidade de vida “lá fora” no universo. Se tudo correr bem, acabaremos aprendendo o quão robusta é a transição da química para a biologia e, portanto, se o universo está cheio de formas de vida ou - mas para nós - estéril.


Nature 557, S13-S15 (2018)

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Referências Bibliográficas

SZOSTAK, Jack. How Did Life Begin?: untangling the origins of organisms will require experiments at the tiniest scales and observations at the vastest. 2018. Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-018-05098-w. Acesso em: 31 jul. 2023.

Referência de Imagem

Imagem - Fonte: https://www.google.com/search?client=firefox-b-d&q=science+dna+rna&tbm=isch&source=lnms&sa=X&ved=2ahUKEwiy77KzwLmAAxVBqJUCHYmRDhwQ0pQJegQICRAB&biw=1366&bih=653&dpr=1#imgrc=cgCie3tJKVSDZM&imgdii=i1IxY-cQr87z7M

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Quanto podemos saber?

31 julho, 2023

O alcance do método científico é limitado pelas limitações de nossas ferramentas e pela impenetrabilidade intrínseca de algumas das questões mais profundas da natureza.



Não há dúvida sobre isso: existe ordem no universo, e grande parte da ciência trata de encontrar padrões de comportamento – de quarks a mamíferos e galáxias – que traduzimos em leis gerais. Eliminamos complicações desnecessárias e nos concentramos no que é essencial, nas propriedades centrais do sistema que estamos estudando. Em seguida, construímos uma narrativa descritiva de como o sistema se comporta, que, nos melhores casos, também é preditiva.
As pessoas irão contra-atacar rapidamente com algo como: Por que os aviões voam ou os antibióticos funcionam? Por que somos capazes de construir máquinas que processam informações com uma eficiência tão incrível? Certamente, tais invenções e tantas outras são baseadas em leis da natureza que funcionam independentemente de nós. Existe ordem no universo, e a ciência gradualmente revela essa ordem.



“O que observamos não é a natureza em si, mas a natureza exposta ao nosso método de questionamento”, escreveu o físico alemão Werner Heisenberg, que foi o primeiro a compreender a incerteza inerente à física quântica. Para aqueles que pensam na ciência como um caminho direto para a verdade sobre o mundo, esta citação deve ser surpreendente, talvez até perturbadora. Heisenberg está dizendo que nossas teorias científicas dependem de nós como observadores? Se é, e nós o levamos a sério, isso significa que o que chamamos de verdade científica não passa de uma grande ilusão?


Nature 557, S20-S21 (2018)

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Referências Bibliográficas

GLEISER, Marcelo. How Much Can We Know?: the reach of the scientific method is constrained by the limitations of our tools and the intrinsic impenetrability of some of nature⠹s deepest questions. 2018. Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-018-05100-5. Acesso em: 31 jul. 2023.


Referências de Imagens

Imagem 1 - Fonte: https://www.dailynewsegypt.com/2022/02/22/egypts-bibliotheca-alexandrina-bridges-citys-ancient-modern-times/

Imagem 2 - Fonte: https://www.tripadvisor.com.br/AttractionProductReview-g295398-d17445382-Half_Day_tour_to_Bibliotheca_Alexandrina_Library_of_Alexandria-Alexandria_Alexandr.html

Imagem 3 - Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/video/search/bibliotheca-alexandrina

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Quais são os limites da manipulação da natureza?

31 julho, 2023

Ao chegar ao mundo quântico, os cientistas esperam obter mais controle sobre a matéria e a energia.

(...) Pontas duplas




Enquanto Englund e outros lutam com elétrons individuais, alguns cientistas estão mergulhando ainda mais fundo no mundo quântico e tentando manipular meras frações de elétrons. Este trabalho tem suas raízes em um experimento conduzido em 1982, quando cientistas dos Laboratórios Bell e Laboratório Nacional Lawrence Livermore uniram duas camadas de cristais semicondutores diferentes, resfriaram-nos a quase zero absoluto e aplicaram um forte campo magnético, prendendo elétrons em um plano em a interface entre as duas camadas cristalinas. Esse arranjo criou uma espécie de sopa quântica, na qual o movimento de qualquer elétron é influenciado pelas cargas que ele sente de outros elétrons. “Eles não são realmente partículas individuais per se”, diz Michael Manfra, que dirige o Quantum Semiconductor Systems Group na Purdue University. “Você pode imaginar um balé onde cada dançarino não está apenas fazendo suas próprias coisas, mas está respondendo ao movimento de seu parceiro ou dos outros dançarinos. Existe esse tipo de resposta generalizada.”

O estranho dessa coleção é que ela pode ter cargas fracionárias. Um elétron é uma unidade indivisível - você não pode dividir um em três - mas um grupo de elétrons no estado certo pode produzir a chamada quasipartícula com uma carga de 1/3. “É como se os elétrons fossem fracionados”, diz Mohammad Hafezi, físico do Joint Quantum Institute, uma parceria de pesquisa entre a Universidade de Maryland e o Instituto Nacional de Padrões e Tecnologia. "É muito estranho." Hafezi cria o efeito em grafeno superresfriado, folhas de carbono com um átomo de espessura, e recentemente mostrou que pode manipular o movimento das quasipartículas ao apontar um laser para o grafeno. “Agora é controlável”, diz ele. “Agora os botões externos que tenho, como o campo magnético e a luz, podem ser ajustados para cima e para baixo. Assim, a natureza desse estado coletivo muda.”

A manipulação de quasipartículas pode permitir a criação de um tipo especial de qubit – um qubit topológico. A topologia é um campo da matemática que estuda as propriedades de um objeto que não mudam mesmo quando esse objeto é torcido ou deformado. O exemplo padrão é um donut: se fosse perfeitamente elástico, você poderia transformá-lo em uma xícara de café sem alterar nada essencial; o buraco do donut assumiria um novo papel como abertura na alça do copo. Para transformar o donut em um pretzel, no entanto, você teria que fazer novos furos nele, alterando sua topologia.

Um qubit topológico retém suas propriedades mesmo sob condições variáveis. Normalmente, as partículas mudam seus estados quânticos, ou “decohere”, quando perturbadas por algo em seu ambiente, como uma pequena vibração causada pelo calor. Mas se você fizer um qubit de duas quasipartículas separadas por alguma distância – digamos, em extremidades opostas de um nanofio – você está essencialmente dividindo um elétron. Ambas as “metades” teriam que experimentar exatamente a mesma perturbação para decoerir, e é improvável que isso aconteça por acaso.

Essa propriedade torna os qubits topológicos atraentes para computadores quânticos. Devido à capacidade de um qubit estar em uma superposição de muitos estados ao mesmo tempo, os computadores quânticos devem ser capazes de realizar tarefas intensivas em cálculos impossíveis, como modelar a física do big bang. O Manfra, na verdade, faz parte do esforço global da Microsoft para construir computadores quânticos baseados em qubits topológicos. Existem outras abordagens indiscutivelmente mais fáceis. Google e IBM, por exemplo, estão buscando computadores quânticos baseados em fios super-resfriados para se tornarem semicondutores ou átomos ionizados em uma câmara de vácuo presa por lasers. O problema com essas abordagens é que elas são mais sensíveis a perturbações ambientais do que os qubits topológicos, especialmente à medida que o número de qubits cresce.

Os qubits topológicos poderiam, portanto, anunciar uma revolução em nossa capacidade de manipular coisas minúsculas. Há, no entanto, um problema significativo: eles ainda não existem. Os pesquisadores estão lutando para construí-los a partir de um objeto chamado partícula de Majorana. Hipotetizada por Ettore Majorana em 1937, esta partícula é sua própria antipartícula. Um elétron e sua antipartícula, um pósitron, têm propriedades idênticas, exceto pela carga, mas a carga da partícula de Majorana seria zero.

Os cientistas acreditam que certas configurações de elétrons e buracos (ausência de elétrons) podem se comportar como partículas de Majorana. Estes, por sua vez, podem um dia ser usados como qubits topológicos. Em 2012, o físico Leo Kouwenhoven, da Delft University of Technology, na Holanda, e seus colegas mediram o que pareciam ser partículas de Majorana em uma rede de nanofios supercondutores e semicondutores. Ainda assim, argumenta Sankar Das Sarma, do Centro de Teoria da Matéria Condensada da Universidade de Maryland, College Park, a única maneira de realmente provar que essas quasipartículas existem seria construir um qubit topológico a partir delas. Outros especialistas na área estão otimistas, no entanto. “Acho que, sem dúvida, eventualmente alguém vai Eu faço um qubit topológico, só porque é interessante de fazer, e eles descobrirão como fazê-lo”, diz Steve Simon, teórico da matéria condensada da Universidade de Oxford. “A grande questão é: é assim que vamos construir um computador quântico no futuro?”

Computadores quânticos – junto com supercondutores de alta temperatura e criptografia quântica inquebrável – podem estar a anos de distância, ou podem nunca ser alcançados. Mas enquanto isso, os pesquisadores continuarão a lutar pelo domínio da natureza nas menores escalas. Os cientistas ainda não sabem o quão baixo eles podem ir. Eles foram surpreendentemente longe, mas quanto mais descem, mais a natureza os empurra.


Nature 557, S16-S20 (2018)

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Referências Bibliográficas

SAVAGE, Neil. What Are the Limits of Manipulating Nature?: by reaching down into the quantum world, scientists are hoping to gain more control over matter and energy;  2018.  Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-018-05099-9. Acesso em: 31 jul. 2023.


Referências de Imagens

Imagem 1 - Fonte: https://www.coliseugeek.com.br/en/planet-earth-wallpaper/

Imagem 2 - Fonte: https://exoplanets.nasa.gov/resources/2245/planet-earth-through-the-ages/

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Olhando para as estrelas

31 julho, 2023

Inovações nas maiores questões da ciência





Este relatório especial sobre “As Maiores Questões da Ciência”, que está sendo publicado tanto na Scientific American quanto na Nature, é patrocinado pelo Prêmio Kavli. Foi produzido de forma independente pelos editores da Scientific American e da Nature, que são os únicos responsáveis por todo o conteúdo editorial. Além da escolha de patrocinar este tópico em particular, o Prêmio Kavli não teve nenhuma contribuição sobre o conteúdo dos artigos deste pacote.

Essas questões ocuparam não apenas os humanos comuns ao longo dos tempos, mas também os filósofos e, mais tarde, os cientistas. Nos últimos séculos aprendemos tanto — e coisas tão maravilhosas — sobre os mundos ao nosso redor e dentro de nós que às vezes pode parecer que não há nenhum recanto inexplorado, nenhum milagre para desvendarmos. A verdade, porém, é que cada nova descoberta nos leva a questões cada vez mais profundas. Sabemos o que são as estrelas, mas seu movimento desafia qualquer explicação. Podemos olhar para os recantos mais distantes do universo, mas quanto mais vemos, mais suspeitamos que talvez nunca possamos realmente entender tudo. Temos uma boa ideia de como o corpo funciona, mas a mente permanece indefinida. Sabemos o que é a vida, mas não sabemos de onde veio aquela primeira centelha. Podemos observar objetos inimaginavelmente minúsculos, mas quanto mais tentamos controlá-los, mais eles parecem escapar de nosso alcance.

“Estamos todos na sarjeta, mas alguns de nós estão olhando para as estrelas”, escreveu Oscar Wilde. Desde que um ser humano primitivo se sentou perto das brasas brilhantes de uma fogueira em uma noite de inverno, enquanto outros adormeciam e o acampamento se aquietava, ponderamos sobre os mistérios da existência. O que são esses pontos de luz que pontilham o céu? O que são esses movimentos dentro da minha barriga? De onde veio esta vida? O que é a vida? Como protejo este ser de todo mal?

Natureza 557, S2 (2018)

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Referências Bibliográficas

MUKERJEE, Madhusree. Looking at the Stars. 2018. Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-018-05101-4. Acesso em: 31 jul. 2023.

Referência de Imagem

fonte: https://br.pinterest.com/pin/615093261583537424/

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O que é Consciência?

31 julho, 2023

Rumo a uma teoria fundamental





Abaixo um pequeno recorte do artigo: "O que é Consciência" da Revista Nature


Dois desafios se apresentam. Uma delas é usar as ferramentas cada vez mais refinadas à nossa disposição para observar e sondar as vastas coalizões de neurônios altamente heterogêneos que compõem o cérebro para delinear ainda mais as pegadas neuronais da consciência. Esse esforço levará décadas, dada a complexidade bizantina do sistema nervoso central. A outra é verificar ou falsificar as duas teorias atualmente dominantes. Ou, talvez, construir uma teoria melhor a partir de fragmentos desses dois que explicarão satisfatoriamente o quebra-cabeça central de nossa existência: como um órgão de três quilos com a consistência de tofu exala a sensação de vida.

O IIT também prevê que uma simulação sofisticada de um cérebro humano rodando em um computador digital não pode ser consciente – mesmo que possa falar de uma maneira indistinguível de um ser humano. Assim como simular a massiva atração gravitacional de um buraco negro não deforma de fato o espaço-tempo ao redor do computador que implementa o código astrofísico, programar para a consciência nunca criará um computador consciente. A consciência não pode ser computada: ela deve ser incorporada à estrutura do sistema.

A teoria IIT também deriva, da complexidade da estrutura interconectada subjacente, um único número não negativo Φ (pronuncia-se “fy”) que quantifica essa consciência. Se Φ for zero, o sistema não parece nada ser ele mesmo. Por outro lado, quanto maior esse número, mais poder causal intrínseco o sistema possui e mais consciente ele é. O cérebro, que possui uma conectividade enorme e altamente específica, possui um Φ muito alto, o que implica um alto nível de consciência. O IIT explica várias observações, como por que o cerebelo não contribui para a consciência e por que o medidor zap-and-zip funciona. (A quantidade que o medidor mede é uma aproximação muito grosseira de Φ.)

Tononi postula que qualquer mecanismo complexo e interconectado cuja estrutura codifica um conjunto de relações de causa e efeito terá essas propriedades – e assim terá algum nível de consciência. Vai parecer algo vindo de dentro. Mas se, como o cerebelo, o mecanismo carece de integração e complexidade, ele não terá consciência de nada. Como afirma o IIT, a consciência é um poder causal intrínseco associado a mecanismos complexos, como o cérebro humano.

A teoria da informação integrada (IIT), desenvolvida por Tononi e seus colaboradores, inclusive eu, tem um ponto de partida muito diferente: a própria experiência. Cada experiência tem certas propriedades essenciais. É intrínseco, existindo apenas para o sujeito como seu “dono”; é estruturado (um táxi amarelo freia enquanto um cachorro marrom atravessa a rua); e é específico — distinto de qualquer outra experiência consciente, como um determinado quadro de um filme. Além disso, é unificado e definido. Quando você se senta em um banco de parque em um dia quente e ensolarado, observando as crianças brincarem, as diferentes partes da experiência – a brisa brincando em seu cabelo ou a alegria de ouvir seu filho rir – não podem ser separadas em partes sem que a experiência deixe de seja o que é.

Como o quadro-negro tem espaço limitado, só podemos estar cientes de uma pequena informação em um dado instante. Acredita-se que a rede de neurônios que transmitem essas mensagens esteja localizada nos lobos frontal e parietal. Uma vez que esses dados esparsos são transmitidos nesta rede e estão disponíveis globalmente, a informação se torna consciente. Ou seja, o sujeito toma consciência disso. Embora as máquinas atuais ainda não atinjam esse nível de sofisticação cognitiva, isso é apenas uma questão de tempo. GNW postula que os computadores do futuro serão conscientes.

GNW argumenta que a consciência surge de um tipo particular de processamento de informações – familiar desde os primeiros dias da inteligência artificial, quando programas especializados acessavam um pequeno repositório compartilhado de informações. Quaisquer dados que fossem escritos nesse “quadro-negro” ficavam disponíveis para uma série de processos subsidiários: memória de trabalho, linguagem, módulo de planejamento e assim por diante. De acordo com o GNW, a consciência surge quando a informação sensorial recebida, inscrita em tal quadro-negro, é transmitida globalmente para múltiplos sistemas cognitivos – que processam esses dados para falar, armazenar ou chamar uma memória ou executar uma ação.


Natureza 557, S8-S12 (2018)

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Referências Bibliográficas

KOCH, Christof. What Is Consciousness?: scientists are beginning to unravel a mystery that has long vexed philosophers.. Scientists are beginning to unravel a mystery that has long vexed philosophers.. 2018. Disponível em: https://www.nature.com/articles/d41586-018-05097-x. Acesso em: 31 jul. 2023.


Referências de Imagens

fonte: https://olhardigital.com.br/2022/08/16/ciencia-e-espaco/pesquisadores-dizem-ter-resolvido-misterio-da-consciencia/

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Inovação em: As maiores questões da ciência / The Kavli Prize

31 julho, 2023

Compartilho a seguir nos próximos posts, artigos de referência de 2018 pertencentes ao Relatório: As maiores questões da ciência da Revista Nature em parceria com The Kavli Prize





"Nos últimos séculos, aprendemos tanto sobre os mundos ao nosso redor e dentro de nós que às vezes pode parecer que nenhum recanto é deixado inexplorado. A verdade, porém, é que cada nova descoberta nos leva a questões cada vez mais profundas. Innovations In: The Biggest Questions in Science é um relatório especial sobre o estado de investigação dessas questões - a pesquisa mais recente sobre a natureza do espaço-tempo, a identidade da matéria escura, as origens da vida, a fonte da consciência e muito mais.

Este relatório especial da Nature e da Scientific American é editorialmente independente. É produzido com apoio financeiro de terceiros.

Apoiado pelo Prêmio Kavli. O Prêmio Kavli homenageia cientistas por avanços em astrofísica, nanociência e neurociência – transformando nossa compreensão do grande, do pequeno e do complexo."

 


Referência Bibliográfica

NATURE. Innovations in The biggest questions in science. 2018. Innovations In. Disponível em: https://www.nature.com/collections/mnwshvsswk. Acesso em: 31 jul. 2023.

Referências de Imagens e Vídeos

Imagem 1 - Fonte: https://www.imdb.com/title/tt1454468/

Imagem 2 - Fonte: https://pwatem.com/film-review-gravity/

Vídeo 1 - Fonte: https://youtu.be/IehvVwFxVEE

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Neural Engineering - Engineering Neural

28 julho, 2023


A Engenharia Neural, a Neuroengenharia, Bioengenharia e ainda a Engenharia Biomédica estão em evidência atualmente. São campos vastos, visto que a "techne" está sempre em expansão. Há ainda uma indústria por trás, bem como um enorme grupo de profissionais que se formam nas mais diversas áreas do conhecimento,  ávidas por acessar e materializar tais conhecimentos neurocientíficos, como protótipos, próteses, retinas, chips e tantas possibilidades que inventivamente podem ser testadas em cérebros animais e aplicadas aos cérebros humanos. Mas a questão que nos chamaria a atenção, seria sobre aquilo que é invasivo, do qual não se pode simplesmente desconectar ou fazer um log-out.

Esta enorme expectativa sobre o cérebro humano, como tem sido  desde que autorizou-se de alguma forma a "techne" da informação, conhecida com TI, a acessar os modelos neurais a partir de pesquisas com o machine learning, deep learning e toda a potência do processamento das inteligências artificiais, em um cérebro que poderia ser o de qualquer um que doe seus corpos e órgãos para a ciência.




Estamos vendo tudo isso se desenvolver a nossa frente, em forma de projetos, disciplinas e pesquisas que crescem nesta direção. Empresas negociam patentes, direitos de uso e ética sobre...então significa que de fato estas ideias estão se materializando como se fossem uma "nova porta" para questões como doenças neurológicas, membros fantasmas, paraplegias...muito importante do ponto de vista da reabilitação por caminhar junto as expectativas de muitos profissionais e pacientes.

Algo que surge de uma necessidade, em direção a reabilitação, não se manifestaria em uma espécie de performance cognitiva, de acertos e velocidade de processamento.

A Avaliação Neuropsicológica, avalia o paciente tal qual ele é, em seu desenvolvimento, funcionalidades e disfuncionalidades, nunca como algo classificatório, mas como quem faz um "EXAME LABORATORIAL", que apresentará índices a serem interpretados, resultando em um Laudo ou Relatório Neuropsicológico a partir dos Testes Psicológicos e Neuropsicológicos que foram realizados.




Ao falamos de artifícios que alteram e modificam no caso de uma performance, então o foco passa a ser somente no resultado daquilo que se apresenta, como o atleta que permite-se usar alguma substância, algum suplemento que proporcione algum ganho metabólico que impacte de alguma forma competitiva em relação aos outros atletas, como no caso do doping durante as grandes competições.

Assim como qualquer outro órgão do corpo, a mente em sua construção precisa de cuidados, sempre caminhando em direção a potencialidade com funcionalidade. A longo prazo, deslocar estes cuidados para o campo da "techne", pode custar caro, se esta se tornar "uma porta de saída" para outras questões de cunho psíquico, emocional e sistêmico...ou seja, algo tratado no âmbito do cognitivo, mas não propriamente tendo a ver com o cognitivo.

Outra reflexão mais ampla e não menos importante, é justamente o fato de estarmos junto a "geração dos programadores", ou seja, a geração das pessoas que estão desenvolvendo estes trabalhos, e não os "programadores programados que programam", cérebros construidos neuralmente ao longo do tempo sem esta noção de dentro e fora, mas.com esta forma de busca por soluções ao longo da vida, assim como aqueles que construiram seus cérebros gamificando suas consciências, jogando games ao longo de sua formação de personalidade subjetiva e cognitiva.

Abaixo a breve descrição de um curso (sem no entanto, expô-la em sua identificação) apenas para esta reflexão, de áreas que estudam materiais, cálculo e física, olhando diretamente para o córtex humanos e dos animais e suas respectivas redes neurais, e todo o Código de Ética que deveria vir junto com isso. Pois eu, enquanto Psicóloga, tenho um estreito código de ética a seguir, e tendo visto brevemente, outros códigos de ética ao redor do mundo, comparando ao Código de Ética do Reino Unido, acho o nosso até bem pequeno.


"A engenharia neural usa interfaces bioelétricas artificiais para criar dispositivos neuroprotéticos, como implantes cocleares, que estão em uso hoje, e uma retina de silício, que está sendo desenvolvida. Os alunos aprendem sobre modelagem e projeto de dispositivos de engenharia neural (...). Introdução aos sistemas neurais híbridos: No curso de laboratório de Engenharia Neural (...) os alunos têm a chance de trabalhar com animais ao adquirirem experiência prática com modelos computacionais e experimentais de sistemas neurais projetados, especialmente neuropróteses e biossensores."

As disciplinas eletivas da área de concentração devem obedecer às diretrizes listadas no formulário eletivo da área de concentração, (...) Tabela de Engenharia Neural (...) Modelos do Sistema Nervoso Pré-requisito, (...) Introdução ao Projeto de Engenharia e Gráficos Projeto mecânico de dispositivos de interface neural, (...) Reconhecimento de padrões I Analisando sinais neurais, (...) Biomecânica Desenvolvimento de próteses neuromusculares, (...) Biomedical Imaging Imagem funcional de sistemas neurais, (...) Biocontrol Sistemas neuromusculares e próteses neuromusculares, (...) Neuroanatomia Fundamentos da neurociência - restrições anatômicas no projeto de interfaces neurais, (...)  Neuroscience II Fundamentos da neurociência - sistemas sensoriais e motores, aprendizagem, memória, patologia, (...) Laboratório de Neurobiologia Celular, (...) Gravação neural tradicional e técnicas de estimulação neural, (...) Animal Behavior and Neuroethology Fundamentos da neurociência - controle neural do comportamento, (...) Química Orgânica I ou II Estrutura, reatividade e síntese de moléculas orgânicas, (...) Tópicos Especiais em Engenharia Biomédica."




Referências de Imagens

Imagem 1 - Fonte: https://engenhariae.com.br/tecnologia/mit-desenvolve-sistema-para-treinamento-de-redes-neurais-com-tempo-recorde

Imagem 2 - Fonte: https://create.vista.com/pt/photos/robot-humanoide

Imagem 3 - Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/um-robo-humanoide-do-robo-prototipo-humano-ai-generated-image_46167938.htm

Imagem 4 - Fonte:  https://www.istockphoto.com/br/fotos/humanoid-robot)
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O conceito de Recovery/Restabelecimento - autocuidado e autoconhecimento

25 julho, 2023


O conceito de Recovery adota um referencial de direitos humanos e tem sido proposto como uma visão orientadora na concepção e implementação de serviços e na definição de políticas públicas de saúde mental. O Conselho Federal de Psicologia é uma autarquia federal que orienta, fiscaliza e disciplina a profissão de psicólogo. Zela por princípios éticos e age pelo desenvolvimento da Psicologia, ciência e profissão.


Referências Vídeo

fonte: RECOVERY (Restabelecimento): Vivências e Práticas. Direção de Conselho Federal de Psicologia, Comissão Organizadora e Comissão Científica. Produção de Movimento Comunicação Integrada. Realização de Cfp, Ircc, Yale Program For Recovery And Community Health, Departamento de Saúde Mental,, Oms, Centro de Colaboração Para Pesquisa e Treinamento - Trieste. Coordenação de Comissão Organizadora. Música: Uakiti - Músicas do Corpo - Secos e Molhados. 2016. (11 min.), son., color. Legendado. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=91b9MtNeAJw. Acesso em: 25 jul. 2023)

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Avaliação Neuropsicológica (ANP)

25 julho, 2023



Neuropsicologia 


A Neuropsicologia tem como objetivo compreender a relação entre o cérebro e o comportamento humano, sendo um ramo das neurociências que busca desvendar como a complexidade de mecanismos cerebrais contribui para o surgimento do comportamento e das funções cognitivas.

A Avaliação Neuropsicológica (ANP) consiste em um processo de investigação de funções cognitivas e comportamentais, buscando relacioná-las com o funcionamento do sistema nervoso central. Para tanto, a ANP incide em um método que envolve não apenas a aplicação de testes psicológicos, mas a utilização de entrevistas, escalas, tarefas, observação clínica, entre outros, sendo adotados os procedimentos adequados à demanda, conforme a Resolução CFP n.º 09/2018. A partir da ANP, é possível verificar diferentes domínios e subdomínios cognitivos.

É imprescindível o conhecimento a respeito da interpretação dos resultados, bem como a análise quantitativa e qualitativa que denotam a capacidade e o desempenho da/o avaliada/o e possibilitam um raciocínio clínico. A ANP possibilita elucidar o diagnóstico, a etiologia dos sintomas, a gravidade do quadro, o prognóstico e oferecer bases para a Reabilitação Neuropsicológica (RN).

A RN tem como objetivo habilitar ou reabilitar pessoas atendidas e familiares para conviver, compensar e minimizar deficiências cognitivas, emocionais e sociais, proporcionando melhora na qualidade de vida. Pode incluir mais de um tipo de intervenção, como o treino cognitivo e a implementação de estratégias para compensação das dificuldades existentes. Assim como a ANP, trata-se de área interdisciplinar, na qual diferentes profissionais poderão auxiliar na investigação e definição de metas terapêuticas.

O Código de Ética Profissional estabelece que a/o psicóloga/o só poderá assumir responsabilidades profissionais pelas atividades para as quais esteja capacitada/o pessoal, teórica e tecnicamente (Art. 1º, b). Assim, a/o psicóloga/o que não possui formação específica na área deve analisar o pedido e determinar se está preparada/o para assumir a demanda, considerando a complexidade do trabalho. Para o uso de testes psicológicos, a/o psicóloga/o precisa consultar o SATEPSI (satepsi.cfp.org.br) e utilizar apenas instrumentos com parecer favorável pelo CFP.

As/os profissionais que possuem formação na área, mas não são psicólogas/os, podem fazer uso de materiais que não sejam privativos da Psicologia, usando o referencial teórico de sua formação para a análise dos dados e intervenções realizadas. A atuação na Neuropsicologia ultrapassa a aplicação de testes, sendo que o raciocínio clínico e o contexto sociocultural da pessoa devem nortear o trabalho.


Saiba Mais:

Resolução CFP n.º 09/2018 – Estabelece diretrizes para a realização de Avaliação Psicológica no exercício profissional da psicóloga e do psicólogo e regulamenta o Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos - SATEPSI.

Resolução CFP n.º 06/2019 – Institui regras para a elaboração de documentos escritos produzidos pela/o psicóloga/o no exercício profissional.


Referências Bibliográficas

CRP-SP (São Paulo). Conselho Regional de Psicologia. SÉRIE CRP SP ORIENTA: neuropsicologia. Neuropsicologia. 2021. Disponível em: https://www.crpsp.org/uploads/impresso/165927/CENN6ii5g9KXpUyFZntV-qTGmP-phFN8.pdf. Acesso em: 25 jul. 2023)

Referência de Imagem

Imagem 1 - Fonte: www.pexel.com

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